CHAPTER III

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Ps: Oie! Me perdoem por faltar com o nosso compromisso ontem, eu acabei saindo e não tive tempo de revisar, nem postar. Enfim, como vocês estão? Espero que bem, boa leitura! ‹3

   

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CAPÍTULO TRÊS

O Diário de Edward Kaspbrak III
(Continuação)

5 de maio.

Àquela altura, eu já havia terminado de cear, após isso, meu anfitrião me convidou para acompanhá-lo numa dose de Tokaji em seu escritório particular, o que aceitei de bom agrado, ele também me ofereceu charuto, mas eu recusei, avisando que não fumava, o mesmo respondera que temos isso em comum. Seu escritório, era tão espaçoso quanto uma sala-de-estar, acredito que caberiam uns três escritórios do meu pai aqui dentro; nele, haviam duas estantes altas e largas, cheias de livros, em que não consegui reparar direito devido estar escuro demais, a lareira que havia ali, era bem menor que a dos outros cômodos em que consegui conhecer, e era o cômodo mais escuro até então, sendo a maior parte dele iluminado pelo brilho da lua, que adentrava pela janela imensa medieval; de madeira escura e decorada no estilo barroquiano, ele me explicara que era ali, que ele passava a maior parte de seu tempo.

Lá, eu pude observá-lo melhor, enquanto estávamos sentados em cadeiras largas de madeira e forradas, deixando-as confortáveis o suficiente para passarmos horas nelas, proseando ou simplesmente degustando de nossas bebidas, ao mesmo tempo em que observávamos as chamas consumindo as lenhas. Quando olhei pela janela, vi os primeiros raios tênues da aurora vindoura, me causando uma estranha imobilidade, principalmente quando ouvi os uivos de muitos lobos, que vinham do fundo do vale, me fazendo lembrar de mais cedo, enquanto estava a caminho e, acreditei firmemente que serviria de banquete. No entanto, em paralelo ao meu receio, os olhos do Conde brilharam e ele sorriu, dizendo:

— Ouça-as; as crianças da noite. Que música fazem! — após isso, deve ter notado alguma expressão de estranheza em meu rosto, pois logo dissera em seguida: — Ah, vocês da cidade não conseguem compartilhar os sentimentos de um caçador, e não sabem apreciar as belezas que se escondem nas entranhas da floresta.

Fechou os olhos, deitando a cabeça no encosto da cadeira, no modo que deixasse seu pescoço pálido a vista, somente então, reparei em mais uma coisa: suas orelhas. Essas, possuem as partes superiores devidamente pontudas, que nem as dos elfos; criaturas representadas na mitologia celta. Bem curioso, eu diria...

— Conde, me permite perguntar? — Digo após alguns minutos em silêncio, o mesmo abriu novamente os olhos, e olhou diretamente pra mim, sua resposta fora um balançar de cabeça positivo, indicando que sim. — O senhor vive sozinho?

— Sozinho ninguém vive, Sr. Kaspbrak, sempre há algo que nos acompanha, a diferença é que alguns veem, outros não. — tal reposta soou tão enigmática, quanto aos comentários que tem feito durante o decorrer da prosa. — Mas se quer saber se sou o único a residir no castelo, sim, eu e minhas lembranças... Tanto boas, quanto ruins. — dizia, enquanto fitava as chamas da lareira.

— Então, aqui viviam somente o senhor e o antigo Conde, eu suponho.

O mesmo ficou em silêncio por alguns instantes, pareceu não ter ouvido o que disse, estava perdido em seus próprios devaneios com os olhos petrificados, apenas refletindo o brilho das chamas, mas de repente, dera um sorriso de lado e disse:

— Meu avô me ensinou tudo que sei, Sr. Kaspbrak, cada palavra, cada memória... A cada pedra, cada poeira desse lugar... — olhava em volta. — Em cada canto há um pouco dele, senão tudo, principalmente em mim. — Me fitou novamente, me prendendo com aquele olhar intenso, que parecem ter milhões de anos. — Ele não morreu, porque ninguém morre de verdade nesse lugar, aqui, todos nós vivemos para sempre. — leva o cálice até a boca, bebericando mais um gole de vinho, eu imito seu gesto. — Já imaginou viver para sempre, Sr. Kaspbrak?

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