CHAPTER XXXVII

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CAPÍTULO TRINTA E SETE

    
O Ódio De Amar.

 
★ ★ ★

 

Londres, Inglaterra

9 de Outubro, 1899.
 

Desde que se casou há dois anos atrás, houveram várias vezes em que Eddie pensou em abandonar tudo e sumir no mundo, igual seu avô fez, a diferença era que ele não estaria largando a esposa e a família para fazer justiça ou lutar pelo bem, e sim para que pudesse finalmente viver dignamente, embora seja no anonimato, só que ao mesmo tempo que pensava em fazer isso, ele se sentia um tremendo idiota e imaturo, como poderia pensar naquilo? Como poderia simplesmente querer fugir de todas as suas responsabilidades desse jeito tão covarde? Sendo assim, abandonava essa ideia, e deixava o tempo passar mais e mais.

De de todas as formas que já se imaginou largando tudo e saindo de casa, nenhuma delas foi da forma que realmente aconteceu; ainda na noite passada ele assistiu o nascimento do seu enfim descendente. Que na verdade se tratava de uma menina, linda e saudável, que além de significar a quebra do seu destino, também é o contrato de liberdade (vivo) entre Drácula e ele. Ele foi bem claro em lhe dar os exatos nove meses como prazo até que ela nascesse, e no outro dia, não importava o quanto estivesse lhe doendo, ele teria que ir sem olhar para trás.

Ele ainda foi generoso em lhe deixar acompanhar a gravidez de Lucy, e estar com ela nos melhores e piores momentos, não que ache que isso seja uma grande boa ação da parte de Tozier, mas se tratando dele, pode ser sim um sinal não muito claro de que seu amor ainda está vivo. Afinal, ele é imortal e absoluto, essa é sua única garantia de que ele não vá fazer da sua vida um inferno ali, ou pelo menos é o que estava pensando durante toda a viagem até a Inglaterra.

Antes de ir embora, ele deixou a Lucy uma carta de três páginas, e um documento legítimo passando toda sua herança que recebeu do pai para o nome da filha, na carta dizia que estava partindo e que não iria voltar, ele não disse o motivo exato, mas disse que tem a ver com tudo que viveu antes de se casar, disse a ela que infelizmente precisou lhe esconder muitas coisas, principalmente pendências que agora tinha que resolver, e que não deve pensar nunca em procurá-lo. Disse que ela não estará sozinha e nem desamparada, ele deixou absolutamente tudo nas mãos dela, para administrar até a criança atingir idade o suficiente para herdar tudo, incluindo a casa, automóvel, e todos os bens.

Deixou a ela todo o suporte financeiro para que ela pudesse ter condições o suficiente para criar a bebê com todo conforto possível, disse sobre seu desejo de que a pequena fosse registrada com o nome de 'Leonora', sua amiga de infância que se foi muito cedo, aquém ele sentia um imenso sentimento de carinho e companheirismo, deixou este como último e único pedido, desejou-lhe boa sorte e muitas felicidades, além de ressaltar que agora ela era uma mulher totalmente livre para fazer suas próprias escolhas. Despediu-se com um pedido profundo e sincero de perdão, por não poder participar diretamente da criação da filha, e por não ter sido sincero sobre seus verdadeiros sentimentos em relação a ela.

Embora não a ame como deveria, Lucy foi sua única companheira durante os piores momentos daqueles dois anos, era ela quem estava ali com ele, em todas as noites de crises, após pesadelos horríveis, em momentos de depressão, quando ele nem ao menos conseguia levantar da cama, ou quando ficava doente — o que acontecia com frequência — ela cuidava dele, e não se importava com seu comportamento frio e distante, ela realmente era uma pessoa gentil e doce, ele já rezou tantas vezes para amá-la, ela merecia isso, merecia alguém que a quisesse de verdade, não um casamento por conveniência, mas como isso nunca pode acontecer, ele apenas buscava tratá-la da melhor forma possível, poderia se arrepender de muita coisa, menos de não ter dado seu melhor.

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