CHAPTER IX

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CAPÍTULO NOVE

O Traidor, O Assassino, e o Conde Vladtepes I.


17 de maio.

Na manhã anterior, eu havia despertado como se tivesse sonhado com tudo aquilo, o que me fez saber que não foi, fora justamente acordar nesse quarto, onde claramente não é o da minha casa, e sem nem saber como cheguei ali.

Mas apesar disso ainda me entristecer, eu acordei bem disposto naquele dia; levantei, realizei minhas higienes básicas, desci surpreendendo Stanley, que não esperava me ver descendo tão cedo, mas que preparou um café da manhã delicioso pra mim, e compartilhei com ele em sumo tudo que havia acontecido, aproveitando para questionar:

- Afinal, o que elas são pra ele? Pensei que ele... Hm... - Me movo desconfortável na cadeira, ainda não conseguia falar sobre aquilo com naturalidade. - Achei que ele só atraísse homens.

- De fato, ele tem preferência por homens, mas isso não significa que só se alimente deles, de vez em quando ele atrai alguma mulher, mas diferente dos homens, ele não as seduz.

- Então elas são vítimas? Notei que são como ele... Como podem?

- Olha, ser transformado não tem nada a ver com afinidade, parentesco, ou afeição mein Herr. Ele apenas transforma quem lhe vai ser útil, e elas são muito úteis a ele, o protegem como cães de guarda.

- Como cães de guarda? Isso é meio ofensivo, não?

- Não, elas são noivas dele... - Devo ter feito alguma expressão de estranheza ou surpresa, porquê ele logo se apressou em esclarecer: - Não dessa forma que está pensando! É mais como... Suas discípulas, sabe? Já ouviu falar nos noivos ou noivas de Cristo? Que são os padres e as freiras? - Sssenti com um "sim". - Muito bem, com ele é da mesma forma, elas são muito fiéis a ele no sentido de que: elas zelam por ele, são suas fiéis escudeiras, das poucas vezes que o castelo foi invadido, foram elas que atraíram os homens e, os impediram de subir até aqui, elas são capazes de dar a própria vida por ele, por isso eles as mantém, e as alimenta todas as noites.

- Por que? Quer dizer, elas vivem apenas para servi-lo? A troco de quê? Ele não parece estar disposto a fazer o mesmo por elas.

- E realmente não está. Veja, quando um vampiro transforma outro, o transformado cria uma espécie de vínculo com seu criador, mesmo que isso não seja recíproco, e então estará condenado a amar e protegê-lo para sempre, tal como elas... - Ele me olha novamente, eu ainda estava assombrado. - Mas existe um problema, elas nunca sabem diferenciar quem é amigo ou inimigo do Conde, atacam qualquer um que notarem a presença.

- É, eu bem sei disso. - Levei a mão até o pescoço. - Por que ele nunca transformou você? Ele poderia, não?

- Sim, poderia. Mas nunca fará, até porquê diferente delas, ele não me quer como um fiel escudeiro, apenas está me punindo mesmo.

- Punindo pelo o quê exatamente? - Ele novamente soltou um longo suspiro. - Olha, eu sei que não se agrada muito de falar de si, ou do seu passado, mas já estamos há tanto tempo conversando, eu já contei a você a maioria dos meus segredos e histórias mais íntimas, por que não pode fazer o mesmo? Não é como se eu pudesse contar pra mais alguém, visto que estou preso aqui igual você.

- Eu sei, me desculpe Herr, eu só tenho medo. - Admite fitando as próprias mãos.

- Dele?

- Não, tenho medo do que poderá pensar, se caso eu disser. Talvez nem queira mais ser meu amigo.

DRACULAOnde histórias criam vida. Descubra agora