CHAPTER XIV

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CAPÍTULO QUARTOZE

(Continuação)

“Morangos Maduros.”


 

Richard adentrou seu aposento totalmente aturdido com o coração acelerado — algo que não acontecia em muitos anos, desde que aprendeu a controlar suas emoções — passou a caminhar de um lado a outro, o desespero refletido na inquietude, e ele tentava pensar com coerência, só que a todo instante, a mente era assombrada pelos olhos arredondados e serenos de Edward Kaspbrak, e na visão de seu rosto em que não havia medo algum; as orbes esverdeadas emolduradas pela turgidez das pupilas, pareciam brilharem de expectativas reluzindo toda a coragem que possuía em seu interior.

A coragem, a maldita coragem, misturada com um toque de desprezo, era como se fosse uma criança ingênua, no qual não fazia ideia do perigo que a rondava, achava que tudo aquilo era um sonho, era uma valentia quase inocente, só que ao mesmo tempo... Admirável.

— Merda! MERDA. — Socou a parede de pedras atrás de si, abrindo uma pequena cratera na mesma, que riu alto, e os pedregulhos caíram pelo chão.

Tozier estava determinado a acabar de uma vez com isso, mas no momento em que ia matá-lo, sentiu aquele “choque” dentro de sua mente, que de repente o fizera ter uma memória perdida do dia em que vira Ernesty pela primeira vez, ele se lembrou de como era amar um homem com todo seu coração, e do quanto doeu descobrir que foi abandonado por ele. Não, eles não tinham semelhança alguma, tampouco podiam ter algum grau de parentesco, em contragosto, ambos sabiam como deixá-lo desestabilizado, e ele não imaginava que sentiria algo assim novamente.

Tem evitado pensar nisso há dias, porém os pensamentos são traiçoeiros, e diferente dos sentimentos; ele não pode os manipular. Jogou-se em sua poltrona novamente, respirando fundo, e fechando os olhos por alguns segundos, tentava pensar em uma solução para aquele problema, agora que praticamente deixou explícito que não consegue matá-lo, imagina que isso só o deixará mais valente ainda, e precisava dar um jeito de concertar isso. Não, ainda não havia perdido o controle de tudo, isso estava bem longe de acontecer, mas também não poderia deixar isso passar.

Agora sabe que não pode matá-lo, não enquanto não descobrir qual o verdadeiro problema com ele, e como cortá-lo pela raiz.

Havia se metido em mais um grande problema sem nem ao menos dar-se pela conta, e seu orgulho não o permitiria pedir ajuda, já não basta da última vez, que tivera de recorrer a ajuda do avô, para dar conta de Abraham Van Helsing, ele não ficou “louco” de repente, afinal, Richie jamais o deixaria escapar totalmente sóbrio, algo teria que ficar para trás, e esse algo fora sua sanidade. Todavia, ele não faria o mesmo com o Kaspbrak jovem, daria outro jeito, sem ter que deixar mais ninguém saber disso, tampouco deixá-los saber que mais de uma vez perdeu o controle, caso souberem, poderão espalhar pela ordem que ele não consegue dar conta de coisas simples, como humanos por exemplo, ou que tampouco merece o título que tem, e Richie Tozier prefere mil vezes a morte do que manchar sua reputação entre os demais vampiros.

— Pense Richie... Apenas pense.

Disse a si mesmo, enquanto tamborilava os dedos na mesa de forma agoniada, tentando achar um jeito de organizar as coisas, até que olhou para os papéis que estavam espalhados pelo chão, no qual derrubou, juntou algumas folhas, pegou uma caneta, e passou a escrever uma carta... Aliás, três.
 

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