CHAPTER XLIII

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CAPÍTULO QUARENTA E TRÊS

 
O Vampiro da Alemanha.
   

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Yorkshire, Inglaterra.

  

— Espere, deixe-me ver se entendi... – Eddie ponderou após quase um minuto de silêncio, depois de Tozier ter exposto sua conclusão final. — O Sr. Denbrough poderá se tornar Drácula? Como assim?

— É uma questão de tempo, não é um processo repentino assim, nenhum título é dado a um vampiro tão rápido, principalmente se for tão grandioso, há um período para ocorrer a cerimônia, reunir todos os clãs, além de claro, eu ser convocado à Ordem para ser obrigado a assinar o documento de repasse.

Ele respondeu com o olhar distante, conseguindo se recordar perfeitamente de como foi quando foi proclamado o Novo Drácula de sua geração, recebendo de Vlad Tepes; havia sido uma noite de festas e comemorações, pois também comemoravam o fim da grande guerra dos vampiros e caçadores. Só que diferente de Richie, Tepes não foi obrigado a repassar o título, foi um processo de sucessão natural, que já estava premeditada a acontecer desde que Richard foi transformado, ele passou séculos sendo treinado para isso.

— E o que acontece com você? – Eddie perguntou preocupado.

— Bem, além de ser visto como: aquele que perdeu a honra e foi humilhado em praça pública? Serei para sempre o desgosto de minha família. – Levantou da cama, espalmando o armário. — Isso nunca havia acontecido antes, com nenhum Drácula.

— Mas... Mas isso não é justo! – Eddie disse — Você estava fragilizado, não foi sua culpa o que fizeram com seu castelo! Não foi sua culpa as coisas terem saído do controle... Eu entendo que a responsabilidade de um Drácula é grande até demais, porém, puxa vida, a forma que jogam tudo em cima de você, é como se você tivesse a obrigação de carregar o mundo inteiro nas costas, como Atlas!

O olhou novamente, no entanto, Richie ainda está de costas para si, apoiando-se no armário enquanto pensa.

— Você não entende, Eds... – Disse após um silêncio. — Tudo isso, realmente é culpa minha, tudo. – Engoliu o seco. — Eu já expliquei a você o que aconteceu depois daquela noite, mas não disse tudo, quando se é um Drácula, qualquer ação que você tomar, será definitiva para a Ordem. Um erro não é apenas um erro que se pede perdão e está tudo resolvido... Houveram consequências, mortes, riscos à sociedade vampira inteira, porque se eu tivesse morrido naquele dia, e os documentos que guardava tivessem caído na mão dos caçadores, era praticamente declarar a vitória de uma guerra que sequer começou, não ainda.

Virou-se, Eddie ainda estava sentado com a carta na mão, avaliando cada palavra que ele dizia, quando dera um suspiro abafadiço, demonstrando frustração.

— Por favor, Chee, seja sincero comigo... – Suas mãos estão inquietas mexendo no papel, sem quebrar o contato visual com ele. — Você está nessa situação toda somente porque nos envolvemos, não é?

— Eddie...

— Você me prometeu que não esconderia nada de mim, então por favor, cumpra! – Sua voz estava trêmula agora, e seus olhos marejados.

Tozier engoliu o excesso de saliva, olhando para os lados, se vendo sem saída, respondeu:

— Uma parte, sim.

O mais jovem teve que respirar fundo para conter o choro, sim, ele já havia pensando nisso, só não imaginava que era algo tão grave nessa escala.

— E aqui estou eu... Prejudicando você de novo. – Disse mais a si mesmo, do que pra ele.

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