CHAPTER XXVI

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CAPÍTULO VINTE E SEIS

A pedra dos vampiros.


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01 de Agosto.

Eddie nunca imaginou que pudesse chegar em uma situação onde até mesmo o canto dos pássaros o irritasse, ele sempre adorou o som da natureza, adorava ouvir o ruído da lareira sendo queimada pelo fogo, da chuva, até mesmo de alguns trovões ao longe, porque era relaxante. Só que, de uns dias até então, aquele incômodo em sua cabeça só tem piorado, era como estar em um local onde várias vozes falavam ao mesmo tempo, mas não eram vozes, eram ruídos, ruídos que por muitas vezes tomavam conta de todos os seus sentidos, e quando isso acontecia, sentia seu nariz escorrer, e quando limpava, era sangue.

Não conseguia se concentrar mais em nada, ler e escrever se tornaram as tarefas mais difíceis da sua vida, uma vez que só conseguia ter silêncio ao adormecer, porém quando acordava, tudo voltava outra vez, e isso tem tornado os seus dias impossíveis, já fazia dias que não trocava nenhuma conversa com Stanley, porque simplesmente não conseguia pensar ou dizer nada com coerência, também queria evitar que ele notasse que há algo de errado e lhe faça perguntas.

Com Drácula isso já é um pouco mais difícil, visto que ele agora “dorme” consigo todas as noites, Eddie ainda consegue se esforçar ao máximo para manter uma conversa normal com ele, mas sempre usava os momentos mais calorosos com ele ao seu favor, para que o mantenha distraído e não perceba que não está nenhum pouco bem, tem funcionado, até a noite passada, em que seu nariz sangrou e ele viu. Tivera que dizer a ele o que estava acontecendo, não mentiu, mas omitiu boa parte do problema, deu um jeito de amenizar e dar ao parecer que não era nada demais.

Havia desistido de tentar atualizar seu diário, do qual havia somente em torno de dez páginas limpas, mas não está preocupado com isso, uma vez que terminou de revirar seu baú de presentes, encontrou um caderno novo, do mesmo modelo que seu diário, só que ao invés de couro marrom, ele é de tecido aveludado vermelho, com mais de cem páginas. Deixou ele de lado, sua cabeça doía muito, resolveu ir até o banheiro, onde ligou a torneira e começou a lavar o rosto, molhou também o topo da cabeça, como tentativa de alívio para aquela dor. Fechou os olhos, respirando bem fundo, a dor de cabeça estava lhe deixando enjoado, a região do sinal de nascença não parava de arder, era como se queimasse por dentro, aumentando ainda mais seu tormento.

Não demora a ouví-lo lhe chamar, enquanto adentra o quarto:

— Eds? Está aí?

— Sim... – Sua voz faz um pouco de eco devido ainda estar no banheiro, estava debruçado sobre a pia, de olhos fechados, tentando se concentrar apenas em sua respiração.

— Hey? O que há? – Ele aparece à porta.

A aproximidade dele só faz aquele zumbido aumentar, e seu sinal “esquentar” ainda mais, ao ponto de fazê-lo contrair-se, acreditava que era coisa de sua cabeça, todavia, estava acontecendo nesse exato momento, seu corpo começou a tremer, e ele suar.

— Eds? – chama novamente, vendo que não obteve nenhuma resposta, até que Eddie retorna à própria órbita.

— Sim, eu estou, o que foi? – dobrou um pouco a cabeça para o lado.

— Eu só vim saber se estava tudo bem, cheguei ainda pouco, e Stanley me disse que você não desceu... – Responde ainda lhe avaliando de cima para baixo. — Eds, o que está sentindo? Por que sua respiração está tão alta desse jeito? Consigo ouví-la mesmo estando fora do castelo.

— Eu já disse que estou bem.

— Não, não está, o que você...

— PORRA! Será que pode parar de fazer tanta pergunta!? Minha cabeça está a ponto de explodir!

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