DRACULA

CHAPTER XLVI

CAPÍTULO QUARENTA E SEIS

 
O Capítulo Final.

(Parte I)

  

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Uma atmosfera sombria se estendeu pelo relento o cobrindo inteiro por um negrume-acinzentado nevoal, que era iluminado somente por lampejos estrondosos dos raios que explodiam sob as nuvens.

Ali, sobre os morros verdes sálvia banhados pelo rio Moselle, está o castelo de Eltz Schloss, onde aos olhos humanos, tratava-se de apenas um patrimônio histórico e cultural que carregava a história dos três irmãos Eltz, e todas as guerras pelo seu domínio. Todavia, no castelo residia bem mais que os fantasmas de sua rica história, ele abrigava a principal matriz da sociedade vampiresca mais secreta de todas, formalmente chamados de “os senhores do mundo”.

No andar subterrâneo localizava-se o grande salão de reuniões do qual estavam reunidos os três supremos vampiros junto com seus determinados representantes de cada clã, estes que vieram com o único propósito: a busca por uma resposta a tudo que vem acontecendo nos últimos tempos.

— Amanhã será o dia do julgamento, e para alguém que se julga inocente, Drácula está comprometido até demais com toda essa história! – Disse o Conde Orlok. — Ele ainda possui aquele humano em seus domínios, mesmo quando sabe que é proibido, vampiros não se envolvem com mortais!

— É provisório, já lhe disse isso: Edward será um de nós, e terá como direito a imortalidade. – Respondeu de modo cansado, já estavam naquela discussão há horas, e não chegavam a conclusão alguma.

— Isso se ele conseguir provar sua inocência! O que está ficando cada vez mais difícil, ele tornou a descumprir as regras, está cometendo os mesmos erros do passado, já não foi o suficiente banhar com sangue humano a pedra dos vampiros? Ainda está tramando uma desonra maior?

— Ele teve suas razões.

— Teve? Ou é o quer que pensemos? – Se virou, era o único a estar em pé, caminhando de um lado a outro.

— O que está querendo insinuar?

— Não quero insinuar nada, apenas estou expondo os fatos: Drácula é uma ameaça à vida vampira! Ele já foi sim um soberano, admirável e leal a nós, mas hoje em dia, não sabemos mais quem ele é, ele certamente sucumbiu, e está fora de si! E a culpa é toda sua, Tepes. – O apontou. — Tudo isso está acontecendo porque você não soube educá-lo da maneira que devia, se tivesse o ensinado como seu pai: O Vlad Empalador, lhe ensinou, agora não teria que carregar tantas decepções!

Um vento forte soprou como um redemoinho, apagando todas as velas que iluminavam o ambiente hostil e cavernoso, derrubando alguns vasos decorativos que quebraram ao chão, no mesmo instante em que o Conde mais velho fôra empurrado por uma força invisível contra uma coluna de mármore, e nesse mesmo instante todos os vampiros presentes levantaram de seus lugares, seus filhos tentaram avançar, porém foram impedidos pela mesma força.

O supremo dos Drăculeas disse com tom mais alto e grave como um trovão:

— Egon Orlok, somos amigos desde o início das Eras, juntos fundamos esta sociedade e enfrentamos todas as guerras e tempos sombrios, lhe tenho um apreço venerável, mas eu não admito me ofenda dessa maneira; subestimando meus preceitos e questionando minha autoridade máxima sobre meu próprio clã!

Egon Orlok quebrou sua força invisível e quando ia avançar, a Condessa se meteu entre eles, os impedindo.

— Basta! – Gritou, tratava-se da terceira superior, senhora e Condessa dos vampiros, da qual cessou os ânimos. — Cavalheiros... Não é dessa forma que chegaremos a um consenso, já estamos vivendo em tempos difíceis demais e o foco desta assembleia é justamente encontrar uma solução definitiva, e não brigarmos dessa forma, por favor, contenham-se. – Ela olhava para todos ao mesmo tempo.