CHAPTER XV

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CAPÍTULO QUINZE
 

“Entrego ninh’alma ao Diabo,
Deixo que ele a leve,
O paraíso nunca foi o meu lugar.”
 
 
★ ★ ★

    

Assim que adentraram a floresta, Eddie sentiu um arrepio pelo corpo que fez com que todos os pêlos errijecessem, ali estava mais frio devido ser um ambiente mais úmido e de pouca luminosidade. Pelo fato da Romênia ser uma região muito montanhosa e cheia de relevos, faz com que a maioria dos lugares — principalmente os que ficam nos arredores da floresta — obtenham aquele aspecto sombrio e mórbido, fazendo Eddie se sentir em um cenário dos livros de terror que costumava a ler, aliás, se ele tivesse a oportunidade de escrever absolutamente cada detalhe da sua vivência ali, seu diário com certeza deixaria qualquer livro fantasioso de horror nos chinelos.

— Para onde nós vamos? — Finalmente questiona, ao que em sua dedução passaram-se um ou dois minutos de caminhada.

— Você verá. — Responde simples, enquanto sua atenção estava apenas no caminho à frente, vezes ou outra olhando em volta.

Eddie resolveu não fazer mais perguntas, apenas continuou o seguindo, observando em volta da floresta; era bonita, o ar puro e gélido mais parecia um refrigerador natural, se bem que, realmente pode ser um, porém aquela escuridão e umidade ainda o incomodava, embora tivesse nascido na cidade mais fria da Alemanha, sempre preferiu os lugares iluminandos, quentes, coloridos, e vivos!

— Consegue ouvir?

Richie questiona de repente atraindo sua atenção, assim os dois param e ele aguça os sentidos, dando para ouvir um som baixo de água escorrendo e um cheiro mais forte de terra molhada.

— Sim, há uma nascente por aqui?

— Sim, está logo à frente.

Sorriu e apontou, os dois caminharam mais um pouco, descendo de um pequeno relevo que interliga a floresta à beirada da margem, descendo por ela, ao chegar em baixo, Eddie pudera ter uma visão panorâmica do local inteiro.

— Essa aqui, é a nascente do rio Danúbio. — Informou Drácula. — Seguindo o fluxo, você consegue chegar em qualquer país da Europa, que seja banhado por ele, claro.

— Isso é incrível... Não imaginava que ele começava exatamente aqui. — Se aproximou mais da beira, agachou-se e molhou as mãos, se arrepiando inteiro de frio, devido a água estar muito gelada.

— Eu particularmente gosto bastante daqui, principalmente de vir me refrescar nas noites quentes do verão, a Romênia pode ser fria na maior parte do ano, porém também há dias que são simplesmente um inferno.

— O senhor sente calor? — Questiona o olhando estranho.

— Há alguém que não sinta? — Levantou apenas uma só sobrancelha.

— Considerando o fato de que és um morto-vivo, isso é no mínimo... Curioso, não?!

— Eu não sou um “morto-vivo”. — Franziu o cenho. — Aonde foi que leu... Ah, já sei, na porcaria fantasiosa daquele livro, sim, claro. — Revirou os olhos.

— Lá diziam que vampiros são mortos-vivos, por isso se alimentam da vida das pessoas para continuarem vagando e fazendo o mal. — Responde totalmente inconsequente, o mais velho riu e balançou a cabeça.

— Essa parte era hilária, eu deveria ter arrancado essas páginas que dizem isso antes de queimar tudo, as guardaria para ler quanto quisesse dar boas risadas.

DRACULAOnde histórias criam vida. Descubra agora