CHAPTER XLI

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CAPÍTULO QUARENTA E UM

   
Beba-me”
  
  
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Yorkshire, Inglaterra.
  

Há quem diga que o amor tem gosto de chocolate, outros que tem gosto amargo de sofrimento, os poetas o definem milhares de formas diferentes; um tornado de sensações, uma leve brisa que sopra em uma noite amena e quente de verão, ou um endoscópio que é feito nas almas.

O fato é: o amor só pode ser definido por quem é capaz de se entregar completamente a ele. E naquele momento, para Eddie, o amor tinha gosto de vinho, com um leve toque de nicotina, que por mais que não seja a combinação mais deliciosa e doce do mundo, para si, foi o suficiente em fazê-lo sentir-se de volta ao seu paraíso particular; paraíso este que acreditou ter sido expulso de forma temporária, quando na verdade nunca sequer saiu dele.

Ele não sabe quanto tempo exatamente ficou imerso àquele torpor que sua mente lhe envolveu, mas no momento que Tozier tomou o domínio daquele beijo, após uma verdadeira batalha entre sua língua e a dele, foi como se estivesse fazendo pela primeira vez, ao mesmo tempo que sua boca já era tão familiarizada com a dele, os lábios se encaixavam perfeitamente um no outro, como duas peças de um quebra-cabeça montado, parecia tão certo, tão puro, como pode pensar que conseguiria viver sem ele para o resto da vida?

E foi naquele momento que conseguiu finalmente aprender qual era o verdadeiro significado de 'destino', e não condiz com nada espiritual (ou sim, talvez) o fato é que ele soube ali, que não importava as circunstâncias, Richard e ele teriam que se encontrar em determinado momento, seja nesse ou noutros tempos, eles tinham que se apaixonar, tinham que pertencer um ao outro, porque seus lábios foram feitos para estarem unidos aos dele, seus olhos foram feitos para admirá-lo, seu corpo e rosto pareciam terem sido criados para unicamente serem contemplados por ele.

Agora sim conseguia compreender porque não consegue se apaixonar por mais ninguém, sua mente esteve preparando seu coração para esse amor, que por si só, possui uma vastidão infinita em seu peito e mente, amor este que embora seja tão conturbado quanto o mar, ainda sim, é intenso, selvagem, colossal... Ele poderia passar horas e horas descrevendo o que sente, e nada chegaria a pelo menos dez porcento do que realmente guarda consigo. Então ele prefere gastar essa energia da melhor forma que pode: ali, com ele, até que seu fôlego acabe, até que seus pulmões implorassem por ar, até que seu coração pare, ou que seu corpo entre em colapso por necessitar tanto de mais contato.

Não havia tempo para dizer nada, porque após o cessar de um, outro beijo começava, ele lhe dava exatamente cinco segundos para recuperar o fôlego, e então tornava a lhe beijar, e Eddie ainda estava achando que aquilo tudo era um sonho. Um sonho no qual ele não queria acordar nunca mais.

Suas mãos entraram entre os cabelos dele, tão sedosos que parecia estar tocando em em lã pura, o beijo se intensificou ainda mais, pois sentiu uma tensão bem maior vinda do outro que ainda estava por cima, só que, este beijo pareceu um pouco mais diferente, mais belúnio, e Richie havia assumido uma predominância bem maior sobre si, jogando uma força maior contra seu corpo, de modo que mal lhe deixasse se mover e nem reagir, de repente agarrou seus dois pulsos e os colocou ao lado de seu rosto, seus lábios pararam de se mover, e ele ofegava pesadamente, de sua garganta escapavam ruídos selvagens misturados com a respiração, e no momento que Eddie abriu os olhos e o encarou, viu que ele ainda estava de olhos fechados, porém suas presas estavam saltadas, assim como as veias salientadas, sua expressão era como se sentisse muita dor, e seu corpo estava ainda mais quente que o normal, como se ardesse de febre.

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