CHAPTER V

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CAPÍTULO CINCO

O Diário de Edward Kaspbrak V
(Continuação)

9 de maio.

Havia terminado de tomar café/almoçar, então retomamos à caminha de volta para o castelo, logo começou a trovejar bastante, todas as vezes que o céu clareava num lampejo, eu levava um susto. Um trovão explodiu nos céus, o vento começou a balançar os galhos das árvores e as folhas secas se desprendiam, voando pelos ares.

Passamos pelo vale, agora o céu estava ainda mais escuro que mais cedo, era dia, mas já parecia noite. Quando acabamos de sair finalmente da floresta, já alcançando as redondezas do castelo, ele parou de andar de repente, em seguida, me impedindo de andar também, quando colocou o braço em frente ao meu peito e dizendo:

— Não se mova.

Eu congelei no mesmo instante, olhando em volta e tentando entender o que havia acontecido, no entanto, foi só olhar para a frente que eu entendi claramente o motivo; havia um lobo de passagem, este havia nos visto e estava nos rondando, era um lobo cinzento, não faço ideia do comprimento, mas já era “adulto”, e deveria medir na altura da minha cintura, se não maior. Ele rosnava na minha direção, como se adivinhasse que eu estava quase me borrando nas calças, os olhos brilhando devido a escuridão, eu comecei a suar frio, dei um passo para trás, em contraposto, o Conde ordenou que eu permanecesse ali imóvel. Sendo assim, ele foi caminhando em direção ao lobo, me fazendo quase gritar pra ele não fazer isso, visto que: era evidente que aquela criatura estava atrás de uma boa refeição, e ainda ganharia eu de sobremesa.

— C-Conde... – Minha voz saiu quase em um sussurro, eu estava apavorado.

— Fique quieto, assim vai assustá-lo. – Ele disse calmamente.

— EU estou assustado! – falei por impulso, totalmente em alerta, o lobo rosnou.

— Não fique! Ele não vai avançar, não se tiver certeza que não vamos machucá-lo... – Disse ainda com os olhos fixos na criatura, quando eu fiz menção de ir para trás, ele disse: — Não faça isso, correr seria sua pior decisão Sr. Kaspbrak, e também, a última que faria em vida.

Disse sarcástico. Ele estava mesmo sendo irônico naquelas horas!? Estávamos a ponto de morrer! Qual era o problema desse homem meu Deus?

Ele se aproximou ainda mais, foi quando começou a sussurrar algumas coisas, o lobo hesitou, então ele se agachou, erguendo a mão na direção do animal, me fazendo quase cair para trás, por não estar acreditando que isso estava acontecendo, eu só podia estar alucinando, não era possível! E pior! O lobo começou a caminhar calmamente em sua direção, neste ínterim em que o Conde CONVERSAVA com ele, falava em romeno antigo, igual ao o chofer que me trouxera até aqui. Então, o animal inclinou a cabeça em sua direção, ele começou a fazer carinho no lobo, sorrindo e dizendo algo que o fez deitar-se que nem um cãozinho de estimação, totalmente gentil.

— Veja só... – disse sorrindo para mim. — Não é lindo? – “NÃO!” gritei mentalmente. — Essas criaturas, elas são capazes de entender perfeitamente a dinâmica do ambiente em que vivem e, reconhecem seu líder com muita facilidade, passando a segui-lo fielmente até o fim de sua breve vida. – desceu a mão até a barriga do lobo, acariciando-a. — Temos muito o que aprender com os animais... – Olhou novamente pra mim, e disse: — Se aproxime.

— O quê!? – Meu coração disparou.

— Calma, não há o que temer.

— Conde, me desculpe mas... É um lobo, não um cão! – Apontei indignado.

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