CHAPTER XXII

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CAPÍTULO VINTE E DOIS.
 

  

O Diário de
Edward Kaspbrak XXIV

(Continuação)
 
  
  

18 de Julho.
 

1 mês. Stanley tinha razão, o tempo passou rápido! Por mais que eu não tenha atualizado tanto meu diário, ainda mantive a contagem na mente, e hoje foi um dia daqueles em que se acorda cheio de expectativas, como em uma manhã de natal, onde você sabe que dentro de algumas horas poderá abrir seus presentes. Ou em dia de páscoa em que sairá em busca dos ovos de chocolates escondidos pelo quintal. Fazia tanto tempo que não me sentia ansioso dessa forma, que era como se meu coração fosse sair pela boca!

Eu mal preguei os olhos durante a noite inteira, sentia algo muito diferente no ambiente, talvez eu esteja imaginando coisas, ou só muito ansioso para revê-lo. Afinal, ele disse que estaria aqui dentro de um mês, e hoje o prazo de sua viagem finalmente terminou, logo ele estará de volta, se bem que não disse exatamente o dia... mas não importa! Eu confio em sua palavra, e nada mais importa.

Hoje foi um dia ensolarado, Stan foi caridoso e me deixou ficar no jardim depois de MUITA insistência da minha parte, no entanto, não podia me acompanhar porque teria que dar uma geral no castelo, justamente para deixá-lo apresentável novamente, pois sim, durante esse tempo que ficamos apenas nós dois, ele teve um pouco mais de folga, e não passava o dia limpando e trabalhando, uma pena ter que retornar a essa rotina abusiva outra vez, durante todos esses dias, ele pareceu bem mais feliz, nunca o vi sorrir tanto, conversar, expor suas ideias.

Stanley se mostrou ser mais inteligente do que eu poderia imaginar, nossa amizade se fortaleceu ainda mais, ao ponto de eu compartilhar até mesmo coisas íntimas, algo que nunca fiz antes com ninguém, embora minha relação com meus primos sejasse de irmãos, onde não escondemos nada um do outro, quer dizer, sim, eu escondia meu interesse por homens, afinal, nem cogitava a ideia de revelar isso a alguém, principalmente para minha família. Todavia, com Stan eu tinha a liberdade de falar o que quisesse, da forma que quisesse, eu não sentia medo dele julgar, ou falar algo ruim, pois sabia que ele não faria, é tão bom essa sensação de poder confiar em alguém, sentir essa segurança de saber posso contar com ele para o que for.

Eu contava cada minuto que passava no relógio, me sentia inquieto, minha ansiedade estava aflorada. Será que isso é normal? Por Deus, espero que sim...

— (...) Por favor!

— Já disse que não, é muito perigoso, só confio que volte a sair novamente, quando o conde estiver de volta, e não insista mein Herr! — Ele deu sua palavra final.

— Você é tão mau!

— Estou fazendo isso para sua própria segurança.

— Já faz semanas! Já nem sei mais o que é ar fresco, daqui a pouco vou começar a definhar dentro dessas paredes frias e escuras... — Jogo-me sobre o estofado da enorme sala de visitas em que estamos, ele revirou os olhos, certamente sabendo que eu estou sendo dramático.

— Veja, atrás de você, há uma enorme janela de vidro, onde há sol à vontade, pode sentar-se perto dela, e pegar o tanto de sol que quiser. — Indicou.

— Não é a mesma coisa! — Faço bico, feito um garotinho mimado pela mãe.

— Arrh!... — Respirou fundo. — Muito bem, Herr, pode ir, mas só até o jardim! — Abri um sorriso de orelha a orelha, me levantando rapidamente. — Nem pense em sair de lá!

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