Capítulo 12

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Já era sexta feira, ufa. Duas semanas se passou. Tudo indo perfeitamente bem, nada de novo entre eu e Valentina, estávamos naquela troca de olhares durante as aulas e no final ela sempre me levava embora por mais que eu negasse.

Confesso que eu não estava 100% bem com essa situação entre nós duas, afinal estávamos em um chove e não molha, tínhamos nos beijado apenas uma vez. E o medo dos sentimentos que eu sentia era cada vez mais frequente, ainda não sabia identificar.

— Oie. — chegou Valentina na biblioteca me dando um beijo no rosto. — tenho um convite pra te fazer e não aceito "não" como resposta.

— ihh, que convite Valentina?

— amanhã a noite vai rolar uma social na casa do Henrique, sabe amigo do Igor. Duda vai também, e eu queria que você fosse. — ela me olhou com uma carinha de pena, me forçando a aceitar. — A casa dele é no mesmo condomínio que o meu, uma rua de distância. Não tem perigo.

— Não sei não, Valentina. Eu nem conheço ele, ficaria chato eu aparecendo do nada lá.

— Claro que não, Lu. Ele mandou te chamar, na verdade ele chamou quase a faculdade toda. — contou rindo

— então não é uma social. E sim uma festa né.

— pode ser também, e aí?

— tá bom! Eu vou. Espero não me arrepender.

— Oi gatas. — agora chegou Duda. — atrapalho o casal?

— Duda! Não somos um casal. — retruquei

— É? Mas parece viu. Mas e aí, o que as senhoritas então conversando?

— Sobre amanhã, na casa do Henrique. — respondeu Valentina.

— Ahh, vocês vão né? — acenamos com a cabeça confirmando. — ótimo. Luiza nada de beber sem comer em garota?! Não vai me arrumar problema.

— Não se preocupe cunha, se precisar eu cuido dela novamente. — disse Valentina, fiquei morrendo de vergonha nessa hora.

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Na noite seguinte já estava quase pronta, Duda iria passar aqui para me buscar. Escolhi um vestido preto de cetim curto, uma sandália sem salto e um colar prata.

— Nossa como você está linda, filha. — elogiou meu pai e minha mãe concordou.

— tá parecendo uma princesa. — outro elogio agora da minha irmãzinha Sara.

— ai obrigada meus amores.

— Luiza só não chegue tão tarde viu? Eu não disse nada mas vi você chegando da outra vez quase quatro da amanhã, não repita isso. Curta, aproveita mas com limites. — meu pai era rígido nessa questão, não por não confiar em mim e sim por medo. E eu super entendia e respeitava. — te amo tá? Juízo.

— pode deixar pai, também te amo.

Duda chegou e logo partimos pra casa do Henrique, que morava no mesmo condomínio que Valentina. Chegando lá havia muita gente, de social ali não tinha nada. Vi a Duda ir beijar o Igor e fiquei olhando pra ver se encontrava a Valentina por ali e nada, até..

— Nossa, sabia que você fica linda de preto? — me virei e ali estava ela, toda linda. De cropped preto com uma jaqueta jeans por cima e um shorts preto que parecia ser conjunto. Ela estava com aquele cabelo liso jogado de lado, ficava linda. — peguei uma cerveja pra você.

— obrigada, Valentina. — estava tímida. Nos juntamos na sala com alguns amigos, Igor e Duda também. Sentei no sofazinho e claro Valentina sentou do meu lado.

Confesso que estava me sentindo estranha, por mais que gostasse dessa troca com a Valentina ainda não queria que ninguém além da Duda soubesse. E ela sentada ali, sempre ao meu lado era suspeito.

Comecei a ignorar as ações dela, como olhadas, contato e até mesmo troquei de lugar. E claro, ela percebeu. Notei seu rosto mais fechado, porém só quando se direcionava a mim.

Valentina se levantou e foi até a cozinha pegar mais cerveja, fui atrás dela apenas pra deixar claro do porquê das minhas atitudes ali.

— Valentina? Podemos conversar? — perguntei enquanto ela pegava outra cerveja na geladeira.

— Quando não tem ninguém por perto aí sim você me direciona a palavra? Entendi.

— Não é isso, você entendeu errado. Eu só quero espaço Valentina, estávamos agindo como casal, você no caso.

— Luiza, se tem uma coisa que eu tenho feito nessas duas últimas semanas é dar todo espaço que você queria, mas poxa eu gosto de você, quero estar perto e teoricamente você também quer, mas não assume por sei lá o que.

— Para. Eu não assumo pois ainda é cedo e muito confuso.

— Luiza, não estou te pedindo em casamento. Só quero que nos conhecemos melhor da maneira certa. Olha pra mim, olha bem no fundo dos meus olhos e fala que não sente nada, isso é confuso pra você? Pois pra mim não, está bem claro o que eu quero aqui. Você! — Valentina chegou mais perto, me encarando esperando uma resposta. — Eu te dou mais espaço, faço o que quiser, só fala que sente o mesmo por mim e que me quer tanto quanto eu quero você.

Ela me olhou com tanta sinceridade, mas eu não conseguia admitir, eu gostava muito dela mas meu medo em me machucar era maior. Não sabia o que de fato queria.

— eu não posso fazer isso. Não agora. Eu te disse pra não criar expectativas sobre nós. — ela se afastou.

— o que está dizendo? Que aquele beijo não foi nada? Que essas duas semanas não significou nada pra você? É isso? — abaixei minha cabeça e percebi seus olhos encher de lágrimas. — Luiza, só me responde. Eu devo insistir em você ou pular fora? Não quero me machucar e preciso saber, responde.

Eu queria muito ela do meu lado, meus sentimentos pela Valentina eram reais. Eu só precisava arrumar um jeito de assumir pra mim mesma, porém naquela circunstância achei melhor dar outra resposta que na hora achei que fosse o correto.

— Me desculpa. Mas acho melhor pararmos por aqui.

— Tudo bem, se é isso que quer. Aproveite seu espaço, agora você tem de sobra.

Valentina saiu tão magoada e eu nem pude culpá-la, senti meu peito arder por dentro. Mas eu era muito orgulhosa pra admitir meus sentimentos, ainda mais por se tratar da Valentina. Aquela festa perdeu total sentido pra mim, será que eu fiz a coisa certa?!

E aí? Ai ai essa Luiza né? Mas calmem galera, vou compensar vocês desse capítulo soltando mais um daqui a pouco!! Prometo que será melhor hahaha bju e até já.

Valu - Desejos Onde histórias criam vida. Descubra agora