Capítulo 8

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Terminamos de comer e ficou um silêncio dentro do carro, eu estava tonta ainda porém melhor. E por incrível que pareça não estava me sentindo desconfortável ao lado da Valentina.

— Como você está Lu? — perguntou Valentina quebrando o silêncio

— Melhorei um pouco, obrigada. Você não precisava ter feito tudo isso Valentina. — abaixei a cabeça um pouco sem graça e ela igual.

— precisava sim, não ia te deixar daquele jeito sozinha. — o silêncio voltou a sondar dentro do carro. — É.. quando você estiver melhor e quiser ir embora, me fala e eu te levo.

— tá bom, vou esperar só mais um pouquinho. E tá tudo bem? Você estava estranha hoje mais cedo, cara fechada..— eu tive que perguntar.

— bem, bem não. Mas vai ficar. Obrigada por perguntar. — as duas ali dentro do carro sem ter muito o que conversar, afinal nunca chegamos nessa parte, diálogo e sem farpas.

— Se quiser conversar sobre..

— é complicado Luiza. — ela abaixou a cabeça e mostrou uma certa tristeza.

— Não precisa falar se não quiser, eu só queria retribuir a ajuda que você me deu de alguma forma.

— é, talvez eu precise mesmo conversar. — ela olhou pra mim respirando fundo. — Eu briguei com minha mãe, feio, ela me disse coisas que me machucaram muito e.. — veio uma voz trêmula de choro. — e.. eu não sei o que fazer, o que pensar, nem como agir. Lu, vou te contar uma coisa que ninguém quase sabe.. bom, eu não tenho nada a ver com o direito, não é isso que eu quero pra mim. Eu dou aulas de fotografia alguns dias da semana e futuramente quero ter meu próprio estúdio.

Confesso que no momento fiquei surpresa, de todas as profissões por aí jamais pensei que ela gostasse de fotografia.

— e foi por isso que brigou com sua mãe? — perguntei

— sim e não. Ela não sabe que dou essas aulas, se souber surta com certeza. Brigamos pois ela quer que eu faça estágio na empresa dela, ela é advogada e quer que eu siga os mesmos passos. Eu recusei e ela ficou possessa, fazer esse estágio custaria dar minhas aulas de fotografia e eu não quero abrir mão. — percebi seus olhos cheios d'água. — mas eu também não quero decepcionar ela, eu não sei o que fazer Luiza, é isso.

— posso te dar um conselho, Valentina? — ela me olhou permitindo. — Você tem que seguir naquilo que acredita, a vida é sua e se fizer algo do qual não gosta, vai ser infeliz. E tudo pra quê? Pra agradar sua mãe. Ela te ama e pode não aceitar de início mas passa com o tempo.

— bonito isso que você disse Lu, mas você não conhece minha mãe. Ela nunca perdoaria e eu não sei se consigo conviver com isso. — nesse momento meu coração ficou apertado, nunca tinha visto ela tão vulnerável. Não sabia como agir, apenas coloquei minha mão em cima da dela como um conforto.

— Imagino que deve ser difícil, mas você precisa ter coragem e fazer o que seu coração quer. O que seu coração quer Valentina? — ela olhou pra mim e olhou pra minha mão em cima da dela.

— Quero muitas coisas Lu. — ela deu um sorriso tímido. — e ser fotógrafa. — tirei minha mão sem graça.

— então pronto. É isso.

— posso te mostrar umas fotos que tirei? — perguntou e eu respondi que sim, então ela pegou o celular e foi até a galeria. — aqui, passa pro lado.

— Nossa Valentina, são lindas. Tá vendo?! Você é boa.

— obrigada Lu. — sorriu. — você tá melhor?

— Sim, bem melhor. Obrigada.

— e tá com sono? — respondi que não. — então vou te levar em um lugar.

— como assim? Valentina já está tarde. — ela ligou e carro e foi saindo.

— não se preocupe, vamos lá só para molhar os pés e tomar um ar fresco...

E aí, gostaram? Luiza cedendo aos pouquinhos heinnn! Não se esqueçam de votar e comentar, é importante saber se estão curtindo. Bju e até a próxima. 🫶🏻

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