Capítulo 37

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Acordei animada, era meu primeiro dia de ensaio. Porém a alegria durou pouco, acabei recebendo uma ligação do Carlos dizendo que precisava falar urgentemente comigo.

Imediatamente me troquei e fui até o encontro dele. Passou mil coisas na minha cabeça.

— Oi senhor Carlos, como vai? — cumprimentei ao vê-lo.

— Olá Luiza, sente-se. Precisamos conversar. — me sentei preocupada já imaginando o pior. — Luiza vou direto ao ponto, aconteceu o que eu menos esperava. Um dos sócios do projeto, desistiu, de última hora. Foi um baque!

— Como assim?? — me choquei.

— Vamos ter que deixar esse projeto para um futuro a frente. Te chamei aqui para te informar sobre.— eu ainda estava preocupada, triste, criei muita expectativa.

— Isso quer dizer que estou dispensada? Eu larguei meu emprego como professora!! Como pode fazer isso? — perguntei com semblante triste.

— Calma, eu entendo você, eu estou extremamente chateado com isso. Tive que dispensar boa parte da equipe, mas você era nossa dançarina principal e eu vejo o talento que tem, não quero desperdiçar. — ele deu um gole na água. — Luiza, eu comprei uma escola de dança ano passado aqui no Rio de Janeiro e sou diretor da Company Dance Center de São Paulo, e eu não posso ficar no Rio pois a Company precisa de mim. Quero te propor uma outra proposta, quero que você cuide e seja a professora principal da minha escola de dança.

— O que? Cuidar? Como assim? — é claro que eu tinha entendido mas queria ter certeza.

— Luiza, você tem um talento incrível!! Séria uma honra se você aceitasse além de ser professora, ser também a responsável por ele. Claro que, vai ter mais pessoas de minha confiança trabalhando com você mas sinto que estou fazendo a coisa certa te colocando a frente.

— Eu não sei o que dizer, até ontem eu pensei que fosse viajar esse Brasil com a dança, estou confusa.

— Eu sei, mas aceite! Você vai ganhar um ótimo salário, e eu não quero perder um talento assim, você tem potencial para levar minha escola ao sucesso necessário, eu vejo isso.

— Senhor Carlos fiquei chateada com essa situação, criei expectativas, estava largando tudo pra seguir esse sonho na dança, mas não posso aceitar, mal me conhece e quer me dar uma posição alta na sua escola?

— Luiza, você me passa confiança, tem um amor lindo pela dança e fora que é formada em direito, tem todos os quesitos para fazer isso dar certo. Vamos fazer assim, você vai pra casa, pensa e me responde quando tiver uma decisão. Pode ser?

— Tudo bem é melhor mesmo. Preciso pensar.

Sai de lá com o coração apertado, claro que me empolguei com a oportunidade mas eu também estava animada com o fato de rodar o Brasil com um espetáculo.

Cheguei em casa e contei para meus pais, pedi a opinião deles.

— Filha, a gente sempre vai te apoiar. A pergunta que você tem que fazer é o que você quer pra si mesma. — aconselhou minha mãe.

— Concordo com sua mãe. Faça o que seu coração mandar. — disse meu pai.

— Preciso pensar muito.. — Meus pais me aconselharam mais e eu fiquei atentada a aceitar, era uma boa oportunidade. Fora que era isso ou ficar sem emprego algum já que o espetáculo foi por água abaixo. — Pai você me leva na Valentina? Quero a opinião dela também.

Meu pai então me levou até o condomínio da Valentina. Entrei, pois o porteiro já me conhecia e fui até a casa dela.

— Oi Luiza. — A Catarina atendeu a porta. — Valentina não está querida, não sei que horas ela chega daquele estudiozinho.

Valu - Desejos Onde histórias criam vida. Descubra agora