pov Gabriel

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Na hora que fui bater o pênalti, lembrei de uma conversa que tive com a Luísa uma vez.

Estávamos assistindo um jogo que foi pra cobrança de pênalti, e então, começamos a falar sobre.

"Nenhum goleiro pega pênalti que vai na lateral do gol, mesmo que acerte o lado. Bom você se lembrar disso, viu, amor" ela disse.

Foi o que eu fiz.

Escolhi o canto, e bati na lateral do gol.

E a bola entrou.

O Maracanã, que estava em completo silêncio, gritou.

Incendiou.

Estamos vivos.

Isso aqui é Flamengo.

Maycon foi bater depois de mim, e o filho da puta acertou.

Cebolinha foi bater depois dele, e acertou também.

Logo, Vital foi bater pro Corinthians.

Quanta responsabilidade em cima do muleque.

Pra fora.

E é agora, tudo ou nada.

Rodinei vai bater.

Luísa agora teve um infarto, certeza.

Pra dentro.

SOMOS CAMPEÕES DA COPA DO BRASIL.

É TETRA, PORRA.

Um misto de sensações está dentro do meu peito agora.

Que felicidade do caralho.

Gritei, me emocionei.

E sabe o que eu mais quero agora?

Abraçar a minha mulher, gritar e comemorar com ela.

Então, saí do campo, e fui em busca dela.

Todos me paravam pra falar comigo mas eu só queria achar a minha mulher.

Achei o Fabinho, abracei, comemorei.

-Aonde a Luísa tá?- pergunto eufórico

-Na enfermaria- ele ri.

-Como assim na enfermaria? Tá maluco, Fábio?- digo.

-Ela desmaiou depois do teu pênalti- ele disse

-Puta que pariu- corri até a área da enfermaria.

Agora, como eu vou saber em qual dessas portas está a Luísa?

-Moça eu já tô bem, me deixa sair por favor- ouvi da porta a minha esquerda.

Achei.

Assim que entrei na sala, ela abriu um sorriso enorme.

Aquele sorriso.

Os olhos dela brilhavam.

Aqueles olhos.

-Somos campeões, meu amor- ela diz.

-Você quase me matou do coração- digo a abraçando.

-Achei que estivesse claro que você quase me matou do coração- ela ri apontando pro medidor de pressão que a médica estava retirando do seu braço.

-Parabéns, meu amor. Você merece muito, estive torcendo por você a todo instante- ela me abraça forte.

-Nós merecemos.- eu a abraço de volta.

-Vamos pro gramado comigo, tá tão lotado que não vão nem perceber, e se perceberem, fodase também- eu digo

-Tudo bem, Bi. Vamos.- ela diz- Só acho melhor você achar a sua mãe antes, a coitada passou mal antes de mim, pegaram cadeira de rodas pra ela e tudo- ela diz me fazendo rir.

-Ai, essa dona Lindalva- eu rio.


Achamos a minha família e fomos para o gramado.

Eu não quero outra vida.

Conquistando um título que eu queria tanto, com a mulher que eu amo e a minha família do meu lado.

Isso é um sonho.

Nunca gostei de ficar no campo após os títulos por não ter uma mulher, igual os outros jogadores.

Rafaella nunca entraria no gramado comigo pra comemorar algum título.

Ela odeia o Flamengo.

E por esses e muitos outros motivos, a Luísa é diferente.

Ela é louca pelo Flamengo.

Os olhos dela brilham ao estar aqui.

E os meus olhos brilham ao olhar pra ela.

Credo que viado.

Pego a medalha, levantamos a taça e quando eu estava indo embora, fui parado por repórteres na zona mista.

-Gabriel, vai ter festa agora, pra comemorar esse título tão desejado?- uma jornalista pergunta rindo.

-A festa vai ser em casa, comemorar com a minha mulher daquele jeitinho- digo e logo saio de lá.

Ela vai me matar.

Ficamos resenhando na zona mista um pouco, e logo, partimos pra casa.

Primeiro vai ter uma resenha com os meus amigos.

E depois, a minha parte favorita.

Quando comemora só eu e Luísa.

Do nosso jeitinho.

i want u. - gabriel barbosa (gabigol)Onde histórias criam vida. Descubra agora