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Selene

O que aquela mulher disse no almoço de domingo não sai da minha cabeça, e isso está me deixando paranóica. A única coisa que eu queria é que ele se abrisse comigo pelo menos uma vez.

Mas nada, Dionísio Moretti age como se nada tivesse acontecido, ele me proibiu de tocar no nome da amiga dele. E foi de uma forma um pouco grosseira.

Fomos a consulta pré-natal e por incrível que pareça meu ranço pela minha obstetra desapareceu. Talvez porquê Gabrielle tenha levado todo, Cecília é uma boa mulher e ela me pediu desculpas pela forma como agiu na primeira consulta.

Dionísio havia saído para atender uma ligação, não sei o que aconteceu mas ele voltou sério.

— O que aconteceu? — pergunto preocupada. Ele não diz nada somente pega em alguns lenços de papel e limpa o gel da minha barriga.

— Venha. Vamos. — Segura minha mão me ajudando a descer. Ajusto meu vestido e olho para ele magoada.

Quando meu mundo ruiu Dionísio chegou e construiu um reino para mim, com murros tão grandes mas tão pequenos que me deu  a chance de sonhar novamente. Quando tudo desabou ele estava alí. Para mim, me guiando para fora da escuridão quando a pessoa que eu mais amava me jogou do precipício.

Eu não quero que ele me deixe, eu não sei o que eu faria se ele resolvesse me deixar. Talvez eu me tornasse numa daquelas ex maníacas.

Cecília volta ao gabinete e nós nos despedimos dela. Dionísio segura minha mão me guiando para fora. Ele abre a porta do carro, me ajuda a subir e acerta o cinto de segurança. Evito olhar para ele pós se fizer isso, minhas lágrimas caíram.

Merda, até ontem estava tudo bem. E agora olha para nós.

— Selene. — Enxugo rapidamente as lágrimas e coloco meu melhor sorriso olhando para ele.

— Sim? — cicio. Ele coloca sua mão por cima da minha e á aperta. Essa ação fez meu coração quase pular para fora da caixa torácica.

— Porquê você está chorando? — Suas esferas jades cristalinas vagueiam por mim, procurando uma resposta.

A culpa é sua, porquê você me trata assim. Eu odeio tratamento silencioso.

Minha mente responde. O calor de seu toque me aquece com ternura enquanto seu polegar enxuga as últimas gotas das lágrimas derramadas.

— Estou bem... não se preocupe. Devem ser os hormônios estão me deixando emotiva  — minto. Ele solta seu cinto e inclina seu corpo na minha direção, puxando delicadamente meu rosto para perto dele e finalmente selando nossos lábios.

Lento, carinhoso e cheio de ternura. Fecho os olhos sentindo a intensidade de seus toques, do seu beijo.

— Abra os olhos piccola. — ordena. Lentamente vou abrindo meus olhos e me deparo com os seus. Meu peito sobe e desce, respirando com dificuldade. — Me perdoe se fui grosso com você, se te machuquei com as minhas ações. Não é culpa sua. Você foi, é e sempre será meu grande amor Selene.

Seus lábios encontram lá meus novamente, dente contra dente e língua contra língua. Meu coração era oito batidas de uma vez e um pequeno sorriso brota entre o nosso beijo.

— Eu te amo mia luna. bella come il vino, dolce come l'uva.

Também te amo Dionísio. Il mio puro whisky.

Quero te levar a um lugar especial. — diz voltando a se acomodar em seu lugar.

— Onde?

Um bebê para o italianoOnde histórias criam vida. Descubra agora