SeleneDois dias, dois dias nesse maldito inferno cor de rosas, na bolha que Kátia criou. Tenho me mantendo quieta e calada, aceitando seus cuidados, mesmo que me assustem. Ela aparece quatro vezes ao dia deixar minha alimentação, e sempre me dá banho no mesmo horário. Seu olhar deixa muito claro que ela odeia meu bebê, uma criança que ainda nem nasceu.
Eu mal consigo dormir, minha mente fica sempre em estado de vigília,em alerta, tenho medo de Kátia,mas principalmente daquele homem, agradeço mentalmente cada segundo que passa e não o vejo,ele causa em mim uma sensação de terror, o jeito que ele olha para mim me causa arrepios, quando ele toca em mim sinto nojo, raiva e repulsa.
O quarto se encontra completamente escuro, a única coisa que mantém a claridade é a luz fraca da lua minguante. Sentada na cama abraçada a mim mesma, olhando para porta, mal piscando.
— Papai vai tirar a mãe daqui,ele vai.— acaricio minha barriga, sentindo um leve movimento. Eu sei que você também sente saudades do papai.
— Que lindo e comovente.— Ele bate palmas lentamente — Papai vai tirar a mamãe daqui.— Ele imita debochando de mim.
Me afasto até sentir a cabeceira e olho pro lado vendo que somente tem um abajur e está do lado oposto da cama, seu olhar me causa ânsia me deixando enjoada.
— Você é tão linda. — Ele se aproxima subindo na cama, meu coração acelera, e eu não consigo me mover a não ser olhar para ele. — Entendo o porquê dele ser tão obcecado com você, até eu seria.
Seus dedos roçam em minha perna me fazendo prender a respiração,ele sorri continuando a subir suas mãos. Reage Selene, por favor reage. Meu subconsciente grita mas eu não conseguia me mexer nem se quer respirar direito. O medo me paralisou.
— Você deve ser mesmo apertada e doce igual mel para fazer Dionísio perder a cabeça. — Ele puxa minhas pernas me fazendo cair de costas no colchão. Sinto as lágrimas caindo e queimando meu rosto, o choro e o grito preso em minha garganta, arranhando.
Por favor Selene, reaja, faça alguma coisa antes que seja tarde. Mas meu cérebro se recusava a aceitar acordar. Sua mão voltou a adentrar meu vestido e o senti tocando a barra da minha calcinha. Enquanto sorria olhando para mim.
— Eu também quero provar o que deixou Dionísio enfeitiçado. Você vai gostar, não vai doer se você for uma boa garota. — Seus lábios tomaram meus ombros e meu pescoço subindo para meu rosto, mordo os lábios impedindo que ele encoste os seus no meu.— Negando um beijo pro seu futuro marido? — Aperta minha bochecha com força e toma meus lábios, sinto seus dedos roçando minha intimidade.
Tento forçar meu corpo a se mover mas só consigo mexer um dedo de leve, ele força a entrada de sua língua e consegue afastar minha calcinha e enfiar um dedo em mim. Aperto os olhos sentindo raiva de mim por não estar reagindo, sinto minha bile subindo e vomito. Vomito em sua boca e ele rapidamente se afasta, só percebo que estou fugindo dele quando sinto um puxão em minha perna.
— Puta, desgraçada. — Me puxa e chuto seu rosto o deixando ainda mais estressado, Ele passa a mão na boca limpando os resquícios do meu vomito e segura a corrente puxando. — Não preciso de sua boca mas sim sua boceta. Sorria para a câmera Selene. Vou enviar o vídeo de eu te comendo para seu querido noivo. Vamos ver se ele vai te querer mais, quando você estiver gritando meu nome.
Consigo segunda a cómoda e com a força do seu puxar o abajur cai pro meu lado e o puxo, quando ele segura minha cintura rasgando meu vestido me viro rapidamente acertando o objeto em seu rosto fazendo ele cair de costas no colchão, gritando e segurando seu rosto. Com raiva minto nele respirando fundo e ofegante. Sentindo algo crescer dentro de mim algo que está gostando de o ver assim.
— Eu tenho noivo e pode ter a certeza que não é você! — Acerto de novo sua cabeça. — Você mexeu com a garota errada! — E mais uma.— Seu monstro! — grito acertando novamente.
— Para por favor. — implora com dificuldades, seu rosto todo coberto de sangue.
— Implora seu desgraçado. Implora como eu fiz, como Stella fez. Implora. — Algumas gotas de sangue respingam em meu rosto, sorrio derramando lágrimas.
Continuo batendo mesmo seu corpo estando mole e coberto de sangue, estava sentindo prazer em vê-lo desfeito. Sinto braços me puxando, me tirando de cima dele. Kátia retira o objeto da minha mão e joga longe. A pessoa que estava me segurando me solta e corre ao socorro daquele monstro. Nem monstros fazem o que ele fez.
— Venha querida. Esse tipo de ambiente não faz bem para você. — Ela se ajoelha abrindo as correntes que prendem meu pé e me guia para fora daquele quarto.
Olho para minhas mãos todas ensanguentadas, e engulo seco, tudo doendo. Ela abre a porta de um outro cómodo e me empurra para dentro, trancando a porta atrás dela. Ela caminha até mim e segura minhas mãos me olhando com ternura.
— Foi bom não foi? Machucar quem te fez mal? — Ela sorri acariciando minhas mãos traçando círculos no sangue quase seco. — Eu sei que você adorou. Adorou machucar ele. Qual foi a sensação? Revigorante?.
Não respondo nenhuma de suas perguntas, permaneço calada olhando em seus olhos.
— O fruto não cai tão longe da árvore querida. — Ela acaricia meu rosto e de seguida sinto um estalo fazendo meu rosto virar e aquecer — Isso foi por ter negado seu corpo ao seu futuro maluco. — Cospe as palavras me olhando com desprezo.
— Você é doente! — Cuspo em seu rosto e ela sorri, passando a mão limpando.
— Me escuta aqui sua imunda. — Aperta meus cabelos e leva sua mão livre até minha barriga fazendo pressão. Aperto os olhos sentindo dores e uma pontada — Eu só não tiro esse lixo do demónio que você está carregando porquê preciso de você viva. Você vai dar a luz a essa coisa e de seguida se casar com Germano. Não me importo de ele estiver em coma você vai se casar e se ele quiser te foder você vai dar seu maldito corpo sua imunda.
— Você é um monstro. Nem os demônios chegam aos seus pés!.
— Você é o monstro aqui Selene. Não sou eu com sangue nas mãos agora. — Ela se afasta de mim.
— Eu nunca serei uma assassina igual a senhora.
— Então reze para que ele sobreviva. A morte é bela não é?.
— Vá para o inferno mamãe.
— Você irá. Eu sou sua mãe e sei o que é melhor para você. Mas você já está infestada e tem o sangue daquele homem correndo em suas veias e ainda gerando um bebê dele. Você é pior que Jezabel .
— Talvez eu seja. Mas nunca serei a senhora.
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Um bebê para o italiano
RomanceEle sempre teve tudo que deseja aos seus pés, e fará de tudo para tê-la em seu domínio, nem que para isso precise engravida-la. Seus destinos estavam traçados desde muito cedo. Ela nunca deveria ter desejado reencontrar o garoto misterioso de sua in...