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Selene

É muito bom estar de volta a minha cidade natal, não me apercebi o quanto Florença me fazia falta, todas as minhas memórias, a maioria delas estão aqui.

Semanas se passaram após o ocorrido, que não devo mencionar, eu e Dionísio estamos nos dando muito bem. Estou aprendendo a ser mais madura e dar tempo ao tempo.

A única coisa boa que aconteceu foi que nunca mais cruzei com Vinícius, Alice ou Kátia. Aquelas pessoas estão fazendo muito bem longe de mim.

Dionísio e Domenico saíram junto de David, o irmão de Clarice, pelo que Clarice disse, seu irmão é detetive, e está trabalhando em algo com Dio e Nico, mas nenhum deles abre a boca.

Donatella teve que sair, Briana necessitava a ajuda dela na empresa, então minha irmã saiu, e eu fiquei em casa dela sozinha.

Despejo o caramelo por cima da pipoca, com muito cuidado para não me queimar mantendo a atenção na televisão, assistindo supernatural, reassistindo na verdade, mas nunca me canso dos irmãos Winchester, principalmente do Dean.

Juro que se o Jensen aparecesse na minha porta aqui e agora, eu trocaria Dionísio. Mentira, mas o Jensen é o Jensen.

A campainha soa e solto a panela, pego uma pipoca lançando a boca e queimo a língua. Vou até a porta amaldiçoando a pipoca.

— Merda. — Abro a porta distraída pelo facto da minha língua ainda estar fervilhando, coitadas das minhas papilas gustativas.

— Ainda continua desastrada.

Um, dois, três, quatro, cinco. Cinco vezes que meus cílios bateram uns nós outros, vendo um fantasma, bom, não é para tanto mas... faz tanto tempo... tanto tempo desde a última vez que ela esteve na minha frente.

— Mãe? — Meu cérebro ainda processava, paralisada segurando a porta não acreditando que ela estava aqui. — O que a senhora faz aqui?.

A mulher passa por mim e sigo seu olhar, ela caminha até a sala e se senta no sofá, colocando sua bolsa de lado e cruzando as pernas mantendo sua postura imbatível de sempre.

Mesmo que ela tenha me expulsado de casa, me chamado de muitas coisas, me feito sofrer ainda é a mãe de Donna, é normal ela estar aqui. Fecho a porta e respiro fundo caminhando até ela mantendo a distância.

— Se veio ver a Donna ela não está! — Abraço minha barriga me encolhendo com a sua presença, eu sei que prometi ser forte se por acaso ela aparecesse mais uma vez na minha frente mas, aqui está ela.

Seu olhar cai em minha barriga e ela nem esconde seu olhar de desgosto, ela costumava me olhar com carinho quando eu fazia tudo que ela queria, mas agora ela só me despreza como se eu não fosse a filha dela.

— Eu sei que Donatella não está. — Ela ajeita seu cabelo, sempre passado por químicas, para alisar. Ela nunca optou pelo seu cabelo natural. — Eu vim por você.

— Humm? — Foi um choque para mim, o que será que ela quer de mim. — Achei que você nunca mais quisesse me ver. Depois de todo desgosto que eu te causei. Suas palavras!.

— Vou ignorar que você está sendo uma meretriz mal educada, só porquê você é minha filha. — Fico de boca aberta, não acreditando nas coisas que estão saindo de sua boca.

— Você disse que eu não sou mais sua filha, em alto e bom som para todo mundo escutar! Não sei o que a senhora quer mas perdeu seu tempo vindo até aqui.

— Eu falei com o padre e expliquei a situação. Eu vim aqui para te dar uma segunda chance de remediar as coisas, viver em pecado com aquele homem só está te desviando do seu caminho Selene. Cadê a minha filha, a garota que eu criei, que nunca desonrou sua família?.

Um bebê para o italianoOnde histórias criam vida. Descubra agora