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Selene

— Entre. — Ele diz apontando para porta a seguir á do meu quarto.

— O que tem ali dentro?. — Questiono tocando na maçaneta cogitando a ideia de entrar porém a curiosidade grita para que eu entre.

— Somente entre.

— Nossa que humor do cão. Você não sabe sorrir não?.

— Temos que trabalhar na sua linguagem. Não é nada apropriada.

— Sabe que mais eu vou entrar.

Abro a porta entrando no quarto e sinto meu coração aquecer. Tapo minha boca andando devagar como se estivesse imersa naquele lugar. Uma cadeira de balanço, muitos puffs e ursinhos de pelúcia. Os ursinhos carinhosos. Me permito respirar e observar o resto das coisas, telas em branco, muitos pincéis, tintas, lápis, lápis de colorir. Até tem uma máquina de costura.

— Como eu não sabia exatamente quais são seus hobbies eu coloquei todos.

Sinto meus olhos ardendo e as lágrimas escapando, limpo elas rapidamente. Me viro passando por ele rapidamente saindo daquele lugar. Encaro o corredor tentando relembrar do caminho, e simplesmente só saio correndo.

Respiro fundo chegando ao pé da escada e começo descendo até chegar a sala e caminho até a porta mas antes que eu alcance a maçaneta sinto meu braço sendo puxando e meu corpo colidir contra uma parede de músculos.

— Tire suas mãos de mim!. — Grito com o rosto todo molhado pelas lágrimas.

— Você precisa se acalmar Piccolla.

— Não me peça para ficar calma. Eu não quero ficar calma. Eu só quero que tudo volte á ser como antes, antes daquele fatídico dia, eu nunca deveria ter ido buscar á Alice e nada disso estaria acontecendo. Tudo que você está fazendo está me assustando, a gravidez está me assustando, não saber como o amanhã será está me assustando, então não me peça para ficar calma.

Declaro desferindo vários socos em seu peito como se fosse aliviar alguma coisa.

— Eu quero ir para casa, quero a minha mãe. Tudo isso é demais para mim, você é demais para mim, bonito, rico, gato, gostoso, muito bonito. Mas eu só quero minha vida de volta. — Choro igual um bebê abraçada a ele — Eu não sou chorona, não sei o que está acontecendo comigo porém só me apetece chorar e comer!.

— Isso é normal fiore, seu humor ainda vai mudar muito com a gravidez. — Ele segurou meu rosto com carinho e juntou nossos lábios em um selinho longo — Você vai se acostumar, esse medo vai desaparecer com o tempo, sei que largar a zona de conforto pode ser doloroso mas é o melhor a se fazer.

— Eu ainda não acredito que serei mãe tão jovem, eu fiz tudo errado, uma vergonha para o sobrenome Santorini. — Soluço e ele limpa meus olhos com o polegar.

— Não chore mia cara fiore, alguém pode se apaixonar pelo seu sorriso. Eu me apaixonei por ele e pela dona do sorriso, continue sendo o meu raio de sol. — Ele declara acariciando minha bochecha e rouba um outro selinho. Sua mão repousa em meu ventre e ele se ajoelha ficando da altura da minha barriga — Papai já ama vocês. Eu vou cuidar de você e sua mãe.

— Obrigada. — Agradeço e ele se levanta. Fui tão mal educada, ele Somente me ajudou e eu só soube gritar e me alterar. — Obrigada por ter cuidado de mim hoje e me desculpa por ser mal educada, mas eu não posso aceitar isso eu não posso viver aqui com você, nós não somos casados e não somos nada.

— Podemos nos casar agora eu não me importo. — Ele diz entrelaçando nossas mãos e beijando a minha.

— Isso nunca vai acontecer me desculpa. — Falo e ele sorri mostrando os dentes pela segunda vez hoje.

Um bebê para o italianoOnde histórias criam vida. Descubra agora