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Selene

Pela manhã seguimos caminhos diferente, carros separados mas um único destino, a casa de seus pais.

Victor ainda não havia regressado do clube de golf, ele e os amigos tiveram um final de semana de homens porém foi engraçado escutar dona Isabel ameaçando cortar o jubileu dele se ele não estivesse presente a horas do almoço.

— Como vão as coisas com Dionísio? — pergunta, me servindo uma taça de chá.

— Estaria mentindo se dissesse que está tudo bem, mas não estão? — Agradeço pelo chá — As coisas não andam muito bem desde o último almoço! — Finalmente confesso em voz alta para alguém.

— Foi por isso que você veio com uma mala? — Toma um gole de sua bebida enquanto aguarda minha resposta.

— Isso, a Gabrielle e as coisas que ele ainda guarda de sua ex. Tudo me faz sentir como se eu fosse a outra no meu próprio relacionamento.

— Você foi a única garota que Dionísio assumiu. Não estou passando mão na cabeça dele somente por ser a mãe dele. Dionísio realmente é um homem diferente, não completamente mas você trás a tona o bom nele.

— E o ruim ainda mais, tenho a certeza!

— É verdade. Stella e ele eram muito próximos, ele nunca falou muito dela mas eram bons amigos. A morte dela fez ele se fechar ainda mais e se afastar de todo mundo... até da própria família.

— Isso não é motivo para justificar as ações dele. Todos nós perdemos alguém que nos é importante mas não machucamos que amamos por isso.

— Somente ele é capaz de reverter essa situação. — Respira fundo e suspira — Essa também é sua casa e a do meu neto. Você pode ficar até quando quiser. E Dionísio não vai te tirar daqui sem que você queira!.

— Devo admitir que não pensei exatamente bem quando fiz as malas e vim para aqui. — Sorrio imaginando como ele deve estar agora, vendo que eu realmente sai de casa.

— Ele deve estar muito irritado agora, mas não vira aqui sem estar mais calmo. Nada vai te acontecer, nem que eu tenha que mandar ele de volta para terapia intensiva.

— Ele realmente fez terapia intensiva, achei que somente tivesse ido para o exército... sabe... Lá ele pode explodir a vontade. — Brinco e Isabel gargalha.

— Dionísio sempre foi uma criança muito calada e difícil de lidar, tudo piorou na adolescência. — Ela sorriu triste e olhou para mim.

— Depois que ele me conheceu.

— A culpa não é sua. Dionísio foi diagnosticado com TEI ainda cedo o que é raro, por isso ele sempre se isolou com medo de machucar as pessoas que ele ama. Quando ele percebeu que conheceu a garota que era para ele e ela era proibida... ele não aceitou essa opção de bom agrado.

— Devem ter sido tempos muito difíceis. — Suspiro.

— E foram, até que o avô mandou ele para o mesmo colégio que o bisavó dele.

— O bisavó também tinha os mesmos problemas?.

— Querida... Seja bem vinda a família Moretti.

— Heeebaaa. — festejo e as duas caímos na gargalhada.

— Quer me ajudar a preparar o almoço... Um passarinho me contou que você é uma ótima cozinheira.

— Não é para tanto mas é que eu sou preguiçosa. Dionísio quem sempre cozinha e eu fico assistindo.

— Venha, você vai ser minha suchef.

Fomos conversando e rindo de algumas coisas que ela contava sobre Dionísio. Chegamos a cozinha e encontramos Domenico e Donatella.

Um bebê para o italianoOnde histórias criam vida. Descubra agora