Um bebê para o italiano

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Amando e lutando, acusando, negando
Não consigo imaginar um mundo em que você se foi
A alegria e o caos
Os demônios de que somos feitos
Eu estaria tão perdido se você me deixasse sozinho
Você pode me ouvir gritando: Por favor, não me deixe?
                         — chord overstreet: hold on.

Dionísio

Horas seguidas de horas, o desamparo tomando conta de todos os meus pensamentos, a tristeza e a negação me consumindo, sem que eu possa fazer nada, nem se quer mover um dedo para fazer ela sair por aquela porta sorrindo para mim. Estou perdido, caindo cada vez mais na escuridão da minha própria existência, o que será de mim se ela desistir de lutar.

Foram duas paradas cardiorrespiratórias, e tudo isso aconteceu bem diante dos meus olhos. Ela estava desistindo de lutar, desistindo de mim. Eu não me perdoaria se isso acontecer. Eu mal conseguiria olhar mais para qualquer coisa que me lembre dela. Por esse motivo, desde que cheguei ao hospital com ela não fui checar se o nosso filho está bem. Mas deve estar, a mãe deu a vida por ele. Então ele deve estar muito bem, e sendo cuidado por profissionais.

— Dio... — Encaro Domenico, ele está cansando, acabado e tudo isso vê-se através dos seus olhos, ele teve que lidar com muita coisa desde a morte do nosso pai. Todos tivemos. — Você precisa de um banho, trouxe uma muda de roupa para você. Vá por favor se organizar.

— Estou bem. — Eu prometi não deixá-la sozinha e não sairei daqui até que ela esteja bem.

— Não, você não está bem. Nenhum de nós está. Mas nós não estamos nos perdendo. Continuamos lutando forte por ela e pelo bebê.

— Eu só saio daqui quando ela estiver bem.

— Ficar parado aqui não vai ajudar ela a se curar. Você deveria está em condições para tomar rédea da situação. Seu filho chegou faz horas e você não procurou saber dele. Que tipo de pessoa você se tornou?.

— Você não tem o direito de me julgar. Não é sua mulher ir está para lá daquelas portas. Eu não preciso de sua ajuda vá embora.

— Como sempre, afastando as pessoas que só querem te ajudar.  Nós somos sua família, eu sou seu irmão. Sempre te apoiei em tudo, mesmo você me afastando. Acha que vou ficar aqui vendo você definhar. Não. A resposta é não. Você vai ver aquela criança por bem ou por mal.

— Tenta a sorte Domenico. A única pessoa que me importa está lá. — Aponto para a porta. — E ninguém vai me tirar daqui.

— Dionísio Moretti. — Minha mãe caminha apressada, expressão desapontada e irritada. Ela para em minha frente e abana a cabeça em negação, sinto seu tapa arder em meu rosto, causando cócegas. — Eu não criei a porra de um psicopata você está me ouvindo. Não te carreguei nove meses, cuidei de você para no final você se transformar nisso. Melhor você colocar juízo nessa sua cabeça oca se não eu faço você perder a Selene. Juro por deus que se minha filha acordar eu vou fazer ela se separar de você.

— Se eu fosse a senhora não ousaria. — Aviso.

— Não estou blefando garota. Eu te devolve em um hospital psiquiátrico, digo a ela que você negligenciou o vosso filho, o bebê que você forçadamente colocou nela. Você arruinou a vida dessa garota anos atrás. Tudo que eu fiz foi tentar proteger ela mesmo sem a conhecer. Protegê-la de você. Do meu próprio filho. E eu farei isso de novo se necessário.

— Não faça isso com ela, consigo mesmo. O bebê não tem culpa de nada. Acha que ela gostaria de te ver assim. — Nico pergunta.

Eu sei que sou completamente fodido, errado, não sou nenhum príncipe encantado, fiz coisas horríveis para poder ter ela ao meu lado. Eu a engravidei. Obriguei a viver comigo, manipulei para que tudo que ela precisasse fosse eu. O quão baixo eu descerei mais, eu não quero magoar a mulher que amo.