Selene
Eu estava me engasgando em meu próprio sangue, eu sentia ele se esvaziando de mim, me incapacitando, eu tentava gritar. Gritar tanto mas ninguém me escutava.
Cadê meu filho eu continuava procurando mesmo ferrida, onde fica a saída? Todos os caminhos que eu pegava me levavam até eles.
" Você não pode fugir Selene " e eu fazia exatamente o mesmo, fugia para longe seguindo o choro de bebê, sem saber de onde ele vinha.
" Não se perguntou porquê você não morre? " Esbarro na mulher que vem atormentando meus sonhos ” talvez você esteja morta? "
Ignoro ela passando diretamente para frente escutando o som alto do choro do meu filho me chamando.
” Meus pêsames minha filha." Olhei para o corpinho do meu bebê e eu não conseguia me confirmar com aquilo.
E mentira! E mentira! E mentira.
— Saia da minha cabeça! — acordo num rompante assustada e suada, meu coração acelerado. Tento me acalmar vendo que estou em casa. No nosso quarto porém estou sozinha.
Desço da cama pegando o robe jogado na poltrona vestindo. Ainda bem que tudo não passou de mais um pesadelo, o que repetia vezes sem conta quando eu estava dormindo, tentando sair daquele labirinto.
Já se passaram quase quatro meses desde que acordei do coma, voltei para casa. Quatro meses que decidi me afastar de todos e somente ficar trancada em casa com Dionísio e o nosso filho. Quatro meses que ele vem sendo paciente e se redobrando para tomar conta de mim e do Adam.
Não era somente pelo período de resguardo, já que esse passou faz tempo. Eu tinha vergonha e eu nunca disse isso a ninguém. E se ele não sentir mais nenhuma atração sexual por mim? Ele sabe do que aconteceu lá, eu contei com o andar do tempo. Mas a minha cabeça e propensa a paranóias.
Respiro fundo afastando os pensamentos negativos e abro lentamente a porta do quarto para não fazer barulho. Sorrio admirando a capacidade do meu noivo ficar mais bonito através dos mínimos detalhes, e ainda mais agora que é pai. Ele está sentado na cadeira de balanço segurando Adam, seu olhar cruza com o meu e ele abre um sorriso genuíno.
— A linda florista,de coração puro enfeitiçou o rei do submundo com sua beleza, inteligência, gentileza, espontaneidade e sua alegria. O lorde achava que nunca poderia encontrar o verdadeiro amor, até que a florista o amou com todas as forças, ela mostrou a ele que um rei precisa de uma rainha, e que é mais fácil ver a vida pela perspectiva de uma criança mesmo que ela te derrube um milhão de vezes.
Não contive meus lábios de se curvarem em um sorriso bobo diante de sua história invulgar e a forma como seu olhar queima minha alma. Eu sou mesmo uma tola por imaginar que ele nunca mais ia me querer, sendo que Dionísio Moretti só falta escrever meu nome na lua.
— O rei segurava o pequeno príncipe em seus braços enquanto admirava a beleza de sua amada deusa. Ele olhou diretamente em seus olhos amendoados e disse... — As borboletas se embrulham em meu estômago — Te amar somente não basta, eu sou completamente e absolutamente devoto a você, eu seria devoto e refém do seu amor em todas as versões, realidades mesmo que fossemos inimigos. Eu cometeria loucuras em nome do seu amor. e sua aprovação. Eu te caçaria se fossemos proibidos. Tudo porquê eu te amo minha persefone, rainha de todo meu império.
Ele se levanta com cuidado e caminha até o berço colocando Adam de volta a dormir, ele caminha lentamente até mim fazendo meus batimentos cardíacos acelerarem.
— Porquê está chorando lótus? — Sua mão cobre minhas bochechas apanhando as lágrimas.
— Não estou chorando.
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Um bebê para o italiano
RomanceEle sempre teve tudo que deseja aos seus pés, e fará de tudo para tê-la em seu domínio, nem que para isso precise engravida-la. Seus destinos estavam traçados desde muito cedo. Ela nunca deveria ter desejado reencontrar o garoto misterioso de sua in...