PARTE UM:
Sobrinha do rei de Orion, Antonella Lawrence cresceu sob rédeas tão curtas quanto as de qualquer membro da família real Greenhunter. Apesar de a possibilidade de sua ascensão para uma posição mais alta na linha de susceção ser baixa, ela n...
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Com o seu temperamento, Ametista poderia incendiar a ilha, se fosse contrariada como rainha. Os Ancestrais, com certeza, sabiam o que estavam fazendo quando a enviaram somente após Timotheo. Essa foi mais uma coisa dita sabiamente pela minha avó Ameline a respeito da minha mãe não ser a monarca de Orion.
A princesa pode não estar incendiando o país hoje, mas, com certeza, está por um fio de incendiar o palacete da família quando chego ao lar dos meus pais e a encontro gritando com meu irmão enquanto papai e Cepheus Maximoff tentam apaziguar a fera.
"Eu sou sua mãe, Renald!" Ralha Ametista, entre furiosa e magoada, na mesma sala em que me confrontou no início da semana. "Mas você preferiu esconder algo tão sério de mim até não poder mais. Eu não tenho o direito de querer esganá-lo por isso?".
Ela tenta se aproximar dele, mas papai a segura pela cintura. Ao presenciar a cena, penso que, desde que Ren me contou o motivo de nunca ter namorado uma garota, eu sempre temi como os nossos pais reagiriam ao saber. E temi mais ainda quando meu irmão engatou em um namoro com o filho mais novo da duquesa de Morfeu e seu segredo ficou mais difícil de ser guardado.
"Chega, Ame", papai diz, soando exausto. "Eu tenho certeza de que o Renald já percebeu que errou e que te deixou magoada, assim como a mim. Mas não é hora para brigas. O nosso filho caçula está noivo!".
"Como é que é?" Denuncio a minha presença ao não conseguir conter a minha reação diante da novidade.
De repente, todos os olhos se voltam para mim: papai, Cepheus e Ren estão visivelmente aliviados com a intervenção, mas a princesa tem a fúria nublando suas feições felinas.
"Chegou a cúmplice da traição", mamãe declara, soltando-se do aperto do meu pai com um safanão. Ela está me olhando exatamente como fazia quando eu era criança e me comportava como alguém da minha idade e não como a filha obediente de Ametista Greenhunter.
"Graças aos Ancestrais!" Ouço Ren murmurar.
Porém, ainda estou olhando para mamãe. Não sei se demonstro vergonha ou determinação diante dela. Apesar de sentir que tem razão ao se sentir magoada com Renald, detesto quando faz cenas, porque é como se tudo fosse sobre a princesa quando não é.
"Podem primeiro me explicar o que aconteceu?" Eu peço ao perceber que mamãe não me atacará mais logo de cara. "Depois aceito a bronca que quiser me dar", acrescento para a princesa, que franze a testa como se tivesse sido contrariada. Certamente, eu acabei de tirar parte da graça em levar bronca ao agir de bom grado.
"O Ceph me pediu em casamento", Ren fala, lançando-me um olhar acanhado. "Mas pensei que não havia sentido em aceitar, se não falasse sobre nós para os nossos pais antes. O problema é que a mamãe não aceitou muito bem".
Ao ser colocada em cheque, mamãe parece se sentir ofendida. Ela escancara a boca como se tivesse acabado de ser afrontada, leva uma mão ao peito da forma mais dramática possível e aponta um dedo em riste para o filho caçula.