62. GENTE ANSIOSA

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Jeremy Tudor, o Jet, foi dado como morto após testes de DNA terem comprovado que o corpo carbonizado nas ferragens de seu carro era dele mesmo, o que foi o desfecho de todos os casos em que ele era o principal suspeito

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Jeremy Tudor, o Jet, foi dado como morto após testes de DNA terem comprovado que o corpo carbonizado nas ferragens de seu carro era dele mesmo, o que foi o desfecho de todos os casos em que ele era o principal suspeito. Com sua morte, não restava mais nada a ser feito pela polícia.

Eles não acharam estranho que o maior foragido de Dominique dos últimos tempos fosse encontrado nessas circunstâncias após quase duas semanas de fuga. Ou se convenceram de que não havia nada suspeito nisso e assim encerraram a questão, felizes pelos Ancestrais terem finalizado tudo por eles.

É claro que isso me deixou puto, para dizer o mínimo.

Apesar de saber que Jet não é mais um problema, não consigo deixar de ficar inquieto com o trabalho malfeito da polícia. No fundo, sinto que algo está sendo encoberto, principalmente sobre o que acontecia no Anarquia. Mas como convencer a polícia disso, se eles não parecem incomodados com nada?

Quer dizer, exceto comigo.

Depois de ter falado tudo isso na delegacia, eles certamente estão incomodados comigo e só não me mandaram para o xilindró por causa do meu sobrenome, embora isso não os tenha impedido de me expulsar do local com o aviso de que serei preso por importunação se voltar. Vê se pode!

Estou descendo a escadaria do prédio quase soltando fogo pelas ventas de tão bravo com a situação quando percebo David Durkheim subindo os degraus, fazendo o caminho oposto. Ele não parece me notar, estando completamente imerso em seus pensamentos, então resolvo falar:

"Se veio para saber mais sobre o Jet, deu viagem perdida. Vão fechar o caso".

O primogênito do Lorde George de Minerva arregala os olhos escuros para mim com surpresa pela minha presença, mas depois franze o rosto em uma expressão confusa que, aos poucos, se transforma em indignada ao assimilar minhas palavras.

"Mesmo sendo óbvio que ele não poderia agir sozinho com o que aconteceu no Anarquia?".

"Pois é", meu desânimo é palpável. "Tentei fazê-los perceber isso e agora estou proibido de entrar na delegacia. Disseram que, como todas as acusações eram sobre Jet e ele está morto, não cabe mais nada à justiça terrena".

Nunca pensei que veria isso, mas assisto David bufar e lançar um olhar mortal por cima do meu ombro, em direção à fachada da delegacia.

"Como se não fosse óbvio que alguém matou ele".

"É o que você também acha?".

"Uma mente por trás de um esquema de drogas tão friamente montado não seria burro de dormir ao volante só porque está em fuga. Ele certamente tinha grana par sair do país, mas ficou e só pode ter sido por indução de alguém. Um cúmplice com mais poder e que o traiu, talvez".

"Pois é, eu concordo. Mas também sei que nós não temos o poder para descobrir a verdade por trás disso tudo quando a polícia não se importa".

Apesar do ódio em seu olhar, David parece reconhecer isso, pois vai murchando aos poucos.

SOBRE A REALEZA E PAIXÕES ACIDENTAIS - ATO I Onde histórias criam vida. Descubra agora