61. O GRANDE MAXWELL

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O comunicado inesperado do meu pai sobre a sua súbita vontade de assumir a Armada Kannenberg me trouxe algo novo em que pensar, além da situação com Mary Ann ou o silêncio de Antonella sobre nós dois

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O comunicado inesperado do meu pai sobre a sua súbita vontade de assumir a Armada Kannenberg me trouxe algo novo em que pensar, além da situação com Mary Ann ou o silêncio de Antonella sobre nós dois.

Depois de falar com ele, resolvi sondar meu avô a respeito. Portanto, é a noite seguinte à ligação de John e eu estou na sala particular de Maxwell, na companhia do próprio. É quase como viver um dejà vu, lembrando-me de quando estive aqui para pedir desculpas sobre o episódio em que desliguei a chamada de celular após saber da volta de Mary Ann.

Parece ter sido há uma década e não há cerca de dois meses.

"Vai ficar aí me olhando ou vai perguntar logo de uma vez?" Vovô não tarda em demonstrar sua falta de paciência.

Quando entrei na sala há alguns minutos, ele fingiu não perceber e continuou lendo O Grande Gatsby. Todavia, agora o assisto fechar o livro do mesmo modo dramático da outra vez, lançando-me um olhar penetrante.

"Devo admitir que subestimei a sua coragem", vovô continua diante do meu silêncio. "Não achei que fosse aparecer aqui tão cedo, com seu nome tão mal falado e toda a confusão que criou".

"Já estou tentando consertar isso, vovô".

"Vai se ajoelhar para o Karl Johnson e conseguir o dinheiro dele de volta para a Armada Kannenberg?".

"Por que tenho que me ajoelhar quando não fiz o que me acusam de ter feito? Não estou envolvido com a Mary Ann de novo, então não sou o motivo de ela ter resolvido não se casar. Karl Johnson só quis colocar a culpa em mim para não reconhecer o livre arbítrio da própria neta. Ajoelhar-me diante dela e pedir perdão seria como assumir que sou o culpado e não a vítima dessa situação".

Vovô apenas me olha com visível desinteresse.

"Não me importo se é culpado ou vítima. Nós estamos perdendo muito dinheiro porque foi envolvido na história, de um jeito ou de outro. Perdemos um grande investidor e agora também está sem créditos com os acionistas".

"Eu soube", assisto-o arquear uma das sobrancelhas grisalhas e peludas, tendo sido pego de surpresa. "Meu pai me ligou para falar sobre ser seu novo substituto na Armada Kannenberg, porque eles não me aceitam".

"E você deve ter se sentido aliviado, sendo o irresponsável que é".

"Nunca escondi que não queria esse cargo, vovô, mas isso não me faz irresponsável. Tenho um negócio lucrativo e do qual gosto e sinto orgulho".

"Uma brincadeira de criança".

"Com a qual banco a minha vida desde que saí daqui", já sei da sua opinião sobre a Starry Night de cor e salteado, então não me deixo abalar. "Mas não vim para falar sobre o meu negócio. Sei que o senhor me criou para ocupar o cargo de presidência da Armada Kannenberg, independentemente de qualquer coisa, porque não era do interesse do meu pai. Então estou curioso para saber o que mudou. Por que, de repente, ele quis ser o CEO?".

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