PARTE UM:
Sobrinha do rei de Orion, Antonella Lawrence cresceu sob rédeas tão curtas quanto as de qualquer membro da família real Greenhunter. Apesar de a possibilidade de sua ascensão para uma posição mais alta na linha de susceção ser baixa, ela n...
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Passei a noite praticamente em claro após a saída dos meus pais, tamanha a minha aflição com Aiden sendo injustamente acusado no lugar de Jet pela minha quase morte.
No dia seguinte, a manhã e boa parte da tarde continuaram assim, principalmente depois de meu depoimento ser recolhido. Apesar de ter contado sobre Jet, o policial que me interrogou não deu qualquer pista de que isso adiantaria de alguma coisa em prol de Aid. Por isso, continuei em meu martírio particular até mesmo após receber o veredito do meu médico de que posso ir para casa.
Honestamente, as coisas só melhoraram um pouco quando David apareceu para me dar parabéns pela alta e falar que seu plano deu quase totalmente certo, embora ele não parecesse tão feliz com isso. E eu descobri a razão quando soube que o preço por tornar Jet o principal suspeito do caso foi a Taylor Baumann internada por ter se metido onde não devia e o dono do Anarquia dado como foragido.
"Mas ao menos o Aiden conseguiu provar que não mandou a caixa de chocolates, então o objetivo principal deu certo".
Ainda assim, David parecia completamente abalado e meu coração doeu com o fato óbvio de que isso se devia pela Taylor, apesar de ele se negar a falar sobre ela comigo.
Meu amigo apenas deu as boas novas e depois saiu do quarto para que eu pudesse trocar a camisola de hospital por uma roupa minha e organizar minhas coisas para ir embora.
É exatamente isso o que eu estou fazendo, enquanto tento pensar em uma boa desculpa para não voltar a viver no palacete com meus pais, quando noto uma sombra parada atrás da porta de vidro fosco do quarto.
Por um momento, eu penso ser só alguém passando, mas, como a sombra permanece no mesmo lugar, acabo me aproximando e, ao abrir a porta, dou de cara com Aiden.
Simples assim, só de vê-lo, o meu coração dispara.
Só de vê-lo.
Merda.
"Oi", Aiden diz, soando incerto.
Mas eu não o respondo, porque meu ímpeto ao ver que ele está bem – mesmo que na medida do possível – não é falar nada, mas tocá-lo. Porque eu preciso saber que ele é real e que ele passou pelo inferno e sobreviveu, assim como eu.
Então, simplesmente o abraço.
Um ato que deve pegá-lo de surpresa, porque Aiden demora a envolver minhas costas depois que envolvo sua cintura e afundo o rosto no seu pescoço, usando seu calor, cheiro e toque como uma maneira de acalmar meus nervos.
Ele está aqui, estou tentando me convencer quando enfim Aiden me aperta forte entre seus braços.
"É bom te ver sem estar desacordada e falando lamúrias, Princesa".
É claro que ele não aguentaria muito tempo sem me provocar, mas, nesse cenário, isso me faz soltar uma risada frouxa ao invés de me causar o típico ímpeto de rebatê-lo.