76. MEU AVÔ PEDE DESCULPAS

72 15 5
                                    

"Você está abatida

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"Você está abatida. Tenho certeza de que não tomou conta de si mesma durante esses dias em que esteve com o Aiden", Ametista me olha com a dureza de uma mãe leoa depois que entra no carro.

Estou presa entre ela e meu pai no banco de trás de um dos carros discretos da frota da princesa, o qual é dirigido por Xavier, e estamos a caminho do salão cerimonial em que está acontecendo a cerimônia fúnebre em homenagem ao sr. Kannenberg.

Desde o momento em que me despedi de Aiden para poder vir para casa e ficar apresentável, estive ansiosa. Ter que deixá-lo, mesmo na companhia confiável de Theo, me deixou temerosa. Tanto que mal prestei atenção em como me vesti e mal presto atenção em Ametista, a qual suspira de modo dramático.

"Não estou tentando ser a mãe chata. Como vive tentando dizer, já é uma mulher adulta e acha que sabe muito bem o que é melhor para si, mas o que custava cuidar um pouco de si mesma? Amar não é se doar por completo, como dizem. Se fosse, teríamos um bando de gente que ama demais os outros enquanto se ama de menos, o que é perigoso. Sei que o garoto está passando por um momento difícil, mas você não precisa transformar isso em um momento difícil para si também".

"Eu estou bem, mãe".

Ela sabe que não é verdade, mas não quero ter essa conversa agora e acho que Ametista enfim percebe.

"Tudo bem".

Noto-a trocando um olhar com meu pai como se eu não estivesse bem no meio dos dois, vendo tudo. Entretanto, para o meu bem, eu finjo realmente não ver e permaneço quieta durante todo o trajeto até o salão, localizado em uma área nobre da cidade.

"Nem em momentos assim uma família pode ter privacidade?" Papai comenta quando o carro passa pelos portões do salão e encontramos um apinhado de seguranças tentando conter fotógrafos e curiosos.

Mamãe não diz nada e me pergunto se a mente dele se enche de memórias da cerimônia da vovó, como acontece com a minha. Eu podia ter só oito anos à época, mas lembro da multidão e do fato de que foi necessário abrir um salão público para que o povo prestasse homenagens. A diferença é que vovó era rainha e uma pessoa pública, bem diferente do sr. Kannenberg.

"Certamente, é culpa nossa", enfim Ametista diz algo. "Todos sabem do envolvimento entre os Kannenberg e Greenhunter e devem estar aqui para tentar capturar uma foto nossa, não para prestar homenagens ao falecido".

Por mais cruel e prepotente que a conclusão da princesa pareça, não deixa de ser verdade. Assim que Xavier para o carro, aguardamos os outros veículos da frota que nos acompanhava encontrarem suas vagas. Somente depois que Arietta e os outros guardas do palacete saem e abrem a porta do nosso carro e do carro de Ren e Ceph, é que saímos e então começam os flashes.

Mamãe respira fundo e segura o braço de papai quando começam a caminhar, logo sendo seguidos por Ren, Ceph e eu, que olho mais para baixo do que para qualquer outra direção.

SOBRE A REALEZA E PAIXÕES ACIDENTAIS - ATO I Onde histórias criam vida. Descubra agora