58. EVIDÊNCIAS DE UMA TRAIÇÃO

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Infelizmente, a polícia não encontrou Jet no dia em que resolvi o destino de Huang Jin Mi com Julia, nem no dia seguinte, nem no posterior

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Infelizmente, a polícia não encontrou Jet no dia em que resolvi o destino de Huang Jin Mi com Julia, nem no dia seguinte, nem no posterior... E, desse modo, uma semana se passou em minha prisão dourada no palacete, sem que pudesse voltar a sair ou receber visitas.

Com muito tempo livre, busquei me dedicar aos capítulos finais de Chrysanthème, sentindo certa dificuldade em colocar em palavras as ideias que rondavam a minha mente. Apesar de restarem apenas alguns capítulos para serem escritos, mudava a todo instante os acontecimentos por nada me agradar por completo.

Fora isso, eu gastava meu tempo com ligações, falando com David (que mal sentiu a diferença sobre o fim dos rumores de triângulo amoroso, porque Taylor permanecia internada e toda sua preocupação se depositava nela, mesmo que a garota continuasse decidida a tratá-lo como uma pedra no sapato), Elisabeth (que ouvia boa parte dos meus dilemas sobre meu livro) e, é claro, Aiden (que me mantinha atualizada sobre a sua rotina com Dom Quixote e, recentemente, resolveu começar a ler Sobre uma princesa e a sua mentira perfeita na plataforma de romances só para me encher o saco).

"Fala sério, Princesa, então foi por isso que você me perguntou o que eu fazia para levar alguém para a cama?" Ele perguntou aos risos após chegar no último capítulo postado. "Que safada".

"Ai, fala sério você!".

De um modo geral, a vida passou a ter uma rotina entre confortável e entediante, cuja definição exata é: "não está boa, mas poderia ser pior". Eu até mesmo cheguei a me entreter por uma tarde inteira só com uma tentativa desastrosa de criar um presente artesanal para meu tio em agradecimento ao seu apoio com o livro, o que considero o ponto alto do meu tédio (apesar de o arranjo de flores ter ficado bonito).

Porém, embora esteja tentando me manter ocupada para não pensar em Jet, o seu sumiço me deixa cada vez mais ansiosa e paranoica de que ele nunca seja encontrado e o resto da minha vida seja marcado por um medo inerente de que um psicopata apareça de repente para terminar o que começou. Além de que, é claro, eu não vejo a hora de conseguir ter minha tão estimada independência de volta.

Sinto falta da minha casa e de Gina, dos momentos com Ren e Cepheus, de poder sair sem ter que dar justificativas para meus pais e, principalmente, de ver Aiden e poder conversar sobre o que ainda está pendente entre nós.

Por mais confortável que as coisas estejam, as dúvidas de dias antes só cresceram, junto com a certeza de que meus sentimentos são fortes e anseiam por respostas que só ele pode me dar. Mas como pensar em romance quando nossas vidas estão pendendo muito mais para um suspense policial?

Estou tentando transferir toda a minha frustração para a página em branco no computador, em que preciso dar continuidade à cena em que Chrysanthème descobre que Yifan foi acusado de traição pelo irmão, por ter tido um caso com a rainha Rosemary e cobiçado sua coroa.

É uma cena repleta de indignação e sentimento de injustiça, já que Chrys não acredita nas palavras do rei e, mais do que isso, sabe que seu príncipe pode acabar na prisão ou em exílio, impedindo-a de ter com ele a família que sempre sonhou.

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