EPÍLOGO

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Olho para a fotografia do senhor imponentemente sentado em uma cadeira de encosto alto, segurando firmemente uma bengala com pegador de prata

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Olho para a fotografia do senhor imponentemente sentado em uma cadeira de encosto alto, segurando firmemente uma bengala com pegador de prata. Ele está elegantemente vestido e seus cabelos brancos estão devidamente no lugar. O cenho franzido e o olhar duro são típicos. Trata-se da sua expressão mais marcante quando em vida.

"Olá, velho Maxwell".

É estranho estar aqui, mesmo depois de quatro meses desde a sua partida. Eu olho para a fotografia e o reconheço, mas não consigo associa-la como sendo um memorando de que, dentro do vaso de cerâmica logo atrás do porta-retratos, jaz seu último resquício de passagem por esta terra.

"Não se gabe muito, mas eu ando sentindo muito a falta do senhor. É chato não ter ninguém para atormentar e, de vez em quando, pego-me entediado, muito embora todos ao meu redor estejam se esforçando para que eu permaneça ativo e não me entregue à dor como antes".

Sei que é esquisito que tenha vindo aqui para conversar com uma fotografia que também está presente no velho casarão dos Kannenberg, mas havia lógica na minha mente quando decidi vir. É sempre assim nos filmes e Caellum me disse que fez a mesma coisa há alguns meses ao visitar o memorial do Grande Conselho para falar com seu falecido pai, então tento espantar o pensamento que insiste em dizer que é esquisito e apenas continuo:

"Mas sabe o que é mais assustador? É que eu acho que não vai acontecer o que eles temem. Sua partida agora já não dói tanto assim e, mesmo sendo o que o senhor desejava, tenho medo do que significa. Eu vou esquecê-lo em algum momento? Sua morte foi realmente um fim para nós? Tudo o que sei é que há muita coisa que gostaria de poder compartilhar com o senhor".

A última vez em que estive aqui foi logo depois que o ano novo chegou e, desde então, mergulhei no trabalho de tornar o novo empreendimento com Julian real.

O bar Nocturnes me consumiu quase totalmente por dois meses e hoje, finalmente, ele será inaugurado por meio de um evento de gala em que Julian fez questão de convidar apenas aos novos ricos como ele. Um ultraje para sua família e amigos desta, pelo que soube, então tentei remediar as coisas os convidando também. Só que agora me sinto tenso, sabendo que reunirei os motivos para a tensão do meu pai em querer ser o CEO da Armada Kannenberg.

Eu falo sobre isso com vovô e também o atualizo sobre cada um com quem ele se importava:

"Mamãe deixou o emprego na Aureum College e, surpreendentemente, tornou-se a gerente do Begônia Rouge. Ela alega que foi porque Aeryn precisa estudar agora que decidiu fazer a seleção de mestrado e não teria tempo para administrar o negócio que herdou, mas também acredito que é porque, para mamãe, já basta o papai estar sobrecarregado com o trabalho. Ele oficialmente assumiu a Armada Kannenberg e, embora o senhor tivesse dúvidas como eu, não consegui descobrir mais nada sobre os receios de John quanto à segurança da nossa família. Nós não nos vemos com muita frequência agora que ele é CEO da empresa, exceto quando vou para a reunião mensal dos acionistas da Armada, então também não conversamos para que eu o sonde mais. Apesar de tudo, estou tentando cumprir o seu último pedido ao ficar de olho nele, vovô e, felizmente, as coisas andam indo bem nos negócios. Ele até conseguiu trazer o investimento do Karl Johnson de volta".

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