PARTE UM:
Sobrinha do rei de Orion, Antonella Lawrence cresceu sob rédeas tão curtas quanto as de qualquer membro da família real Greenhunter. Apesar de a possibilidade de sua ascensão para uma posição mais alta na linha de susceção ser baixa, ela n...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Não demorou para que a mídia supérflua de Orion fizesse exatamente o que eu havia antecipado que faria e trouxesse à tona a foto de Mary Ann me abraçando como uma prova incontestável de que fui o pivô do fim de seu noivado. E, apesar de ter conseguido evitar o pior para mim ao falar com Antonella, não quer dizer que não esteja incomodado com estar sendo alvo de uma mentira tão bem contada que quase parece verdade.
Resgataram o fato de que já fomos namorados como uma forma de aumentar a situação e o silêncio de Mary Ann com relação a tudo está transformando a mentira no maior escândalo de traição desde a revelação do caso entre os atores Margot Philips e Adam Weber há dois anos.
Até meu avô acreditou na mentira e não foi nada paciente quando me questionou a respeito, nem mesmo após eu afirmar com a maior convicção do mundo que nada tinha a ver com Mary Ann agora. Foi uma conversa tão tensa e injusta que quase chutei o balde e falei sobre a Antonella e a quebra da promessa entre o velho e eu, o que evitei por não querer expor a Princesa. Ela não precisa de mais problemas quando já tem uma coleção deles.
Então, para resumir, meus últimos dias estão sendo um inferno. Antonella não fala comigo desde a discussão que tivemos, mesmo tendo sido finalizada de modo pacífico, a mídia não sai do meu pé para que confirme a história que inventaram e minha família não está nada feliz com o escândalo, porque o maldito Karl Johnson resolveu também crer na minha culpa e ferrou com a parceria entre seu banco e a Armanda Kannenberg. A cereja do bolo, é claro, é o maldito Jet continuar desaparecido.
Em síntese: nunca estive tão na merda.
"Vê se não fica olhando os comentários, cara. Isso não vai te ajudar em nada", Caellum tira o celular da minha mão e, em seu lugar, me entrega um copo de uísque. "Em vez disso, bebe um pouco".
"Terapia para quê, né?" Timotheo comenta de seu lugar no sofá, onde, apesar de ter conseguido tirar um tempo para se reunir conosco, continua conferindo sua interminável agenda em um tablet.
"O mais próximo de uma psicóloga que nós conhecemos é a Sofya e ela ainda está no terceiro ano do curso", Caellum deixa um arzinho de bom humor escapar depois da minha tentativa de fazer piada.
Eu bebo uns goles do uísque, o que não me deixa menos tenso, mas serve como distração momentânea. Depois, sento-me no sofá oposto ao de Theo e Cal se senta ao meu lado.
"De qualquer modo, obrigado por terem vindo para tentar me distrair".
"Como a gente não viria quando, além dessa merda toda com a Mary Ann, você ainda soltou a maior bomba sobre estar apaixonado pela Antonella?" Caellum rebate, um tanto exasperado. "Eu aposto que até o Tobias deve ter cogitado vir, mas deu um jeito de conseguir as respostas com a Elisabeth. Como isso aconteceu? Você não disse que ela iria ajudá-lo justamente em reconquistar a Mary Ann?".
