PARTE UM:
Sobrinha do rei de Orion, Antonella Lawrence cresceu sob rédeas tão curtas quanto as de qualquer membro da família real Greenhunter. Apesar de a possibilidade de sua ascensão para uma posição mais alta na linha de susceção ser baixa, ela n...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Não preciso perguntar para saber que Antonella se esqueceu do nosso combinado. O modo como ela agiu ao atender a ligação já entregou tudo.
No entanto, apesar de estar tomando um chá de cadeira há mais de uma hora enquanto a aguardo no balcão do bar da Starry Night, não me sinto irritado com a Princesa. Estou ansioso demais para isso, ocupado entre me perguntar o que Antonella pode estar pensando para que a gente coloque o acordo em prática e o que Mary Ann está fazendo que não pode responder as minhas mensagens.
"Então é verdade o que o Julian disse", Sara sai da parte interna do bar, onde fica o estoque e comenta ao me ver. Ela está com vários copos com diferentes drinks em uma bandeja, a qual pousa na minha frente. "Você foi amarrado por aquela loira da outra noite, a tal Mary Ann".
"Por acaso, vocês andam fofocando a meu respeito pelas minhas costas?".
Sara abre um sorriso de quem me acha uma piada por perguntar isso.
"Não é óbvio?".
Eu devia mesmo ter imaginado que Julian não se manteria calado, muito embora Sara só pareça saber sobre o superficial. Pelo jeito com que falou, acredito que não sabe que Mary Ann já foi minha namorada e que sou ainda mais patético do que parece.
"Como são adultos...".
O sorriso de Sara se atenua um pouco.
"Não me diga que está chateado pela fofoca".
"É claro que não, mas só acho que deveriam colocar as energias de vocês no trabalho ou algo assim. É mais produtivo".
"Não é por isso que eu estou aqui quando todo mundo está de folga no único dia na semana em que a boate fica fechada?" Sara rebate, arrumando o cabelo escuro e repleto de mechas coloridas em um coque bagunçado que expõe as várias tatuagens em seus braços desnudos pela regata que usa.
Olho para a bandeja com os drinks que ela trouxe e que precisam da minha aprovação para serem incorporados ao menu da Starry Night. Uma das bebidas é quase de um verde neon, a outra é cor-de-rosa e a última é vermelha.
"Certo, chega de falar sobre mim e me apresente as belezinhas".
"É pra já, Chefinho".
Sara me diz que a primeira é uma mistura de álcool, suco verde, raspas de limão e corante industrial para ter o efeito da cor estranha.
"Chamo esse de Radioativo", ela diz. "Busquei pelo corante menos prejudicial, como sempre me instrui a fazer".
"Boa garota".
O gosto da bebida não me agrada muito, porque detesto suco verde até banhado em álcool, mas penso que pode ser uma opção interessante. A cor chamativa deve fazer com que os mais jovens e ávidos em se mostrar descolados queiram consumir.