PARTE UM:
Sobrinha do rei de Orion, Antonella Lawrence cresceu sob rédeas tão curtas quanto as de qualquer membro da família real Greenhunter. Apesar de a possibilidade de sua ascensão para uma posição mais alta na linha de susceção ser baixa, ela n...
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Eu sonho com Antonella.
Sinto-a deitada sobre mim, abraçando-me enquanto seus cabelos escondem o rosto em uma cascata castanha e respiramos em sincronia; dominados por um silêncio de compreensão mútua.
No cenário, estamos sem roupa e acaricio suas costas enquanto a Princesa ressona e sinto o meu coração batendo forte junto ao dela, como se se precipitasse diante da ideia de essa imagem desaparecer.
Que é o que acontece.
O sonho se desbota e eu volto à consciência me lembrando da noite passada e querendo transformar a criação do meu inconsciente em algo real, então busco pela Princesa na cama, ainda de olhos fechados. Quero senti-la de novo, de uma maneira quase urgente. Só para alegar a mim mesmo de que agora não preciso mais sonhar, porque tudo pode ser real.
Mas acontece que Antonella não está mais aqui.
"Hum?".
Abro os olhos e me sento no colchão para ter certeza, acabando por encontrar a cama vazia, exceto por mim. Algo que me desperta o suficiente para querer ficar de pé rápido, tencionando procurá-la. Principalmente quando percebo que não há sinais seus pelo quarto.
Ela não iria embora sem falar comigo antes, iria?
Eu não acho que isso faria o perfil de Antonella, mas saio da cama com a sensação de que foi exatamente isso o que aconteceu.
Cato a cueca do meio da pilha de roupas no chão, visto e saio pelo apartamento à procura dela, mas só encontro Dom Quixote na área de serviço, com um pote de ração pela metade.
"Ao menos ela se preocupou com você, garoto", abaixo-me para lhe fazer um carinho, assistindo-o abanar o rabo.
O fato de que, aparentemente, a Princesa se foi sem ao menos dar adeus, como se estivesse envergonhada do que fizemos e não quisesse me encarar, deixa-me preocupado.
Sem sinais dela pelo apartamento, redireciono a minha busca para o meu celular. Se a Princesa teve que ir, quero acreditar que ao menos me deixou alguma explicação e, como não encontro nada espalhado pela casa, deposito essa esperança no celular e o encontro na sala de televisão, entre as almofadas do sofá-cama.
"Pelo menos isso...", murmuro ao perceber as notificações no nome dela.
A primeira mensagem serve para me deixar aliviado, mesmo que parcialmente:
Obrigada por ontem e desculpe por sair sem falar nada. Houve uma emergência, mas eu explico assim que puder te ver de novo.
A segunda me arranca uma risada:
P.S.: Não te acordei, porque você fica lindo enquanto dorme. Deve ser porque a condição o impede de falar besteira.
E a terceira me deixa com um sorriso bobo que há muito não aparecia em minhas feições: