dezesseis: frenesi

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todo mundo preparado pro taehyung deste capítulo? rs


"Risadas e gritos soam de forma bastante parecida", Helter Skelter, Kyoko Okazaki.


Jeongguk estava fora de si desde a noite em que havia sentido que poderia ter morrido. Sua vida simplesmente não fazia mais sentido desde então, e ele queria — precisava — mudar tudo. Virá-la de ponta-cabeça, do avesso, completamente. Sentia-se incomodado e ansioso como um viciado em abstinência, mas não conseguia entender o que faltava em seu organismo para cessar aquela sensação que o perfurava por dentro, deixando-o oco. Na tentativa de ocupar o cérebro e afastar aqueles pensamentos que queriam deixá-lo louco, Jeongguk começou a passar horas nas redes sociais, o que não costumava fazer antes, até porque não possuía amigos de verdade para conversar. Em pouco tempo acabou viciado em vídeos de tatuagens, e começou a procurar por artistas em Seul, porque, de uma hora para outra, estava decidido a fazer uma. Na verdade, inúmeras. Percebeu que sempre tivera vontade, mas nunca tivera coragem suficiente, e agora que a experiência de quase morte o havia atingido, ele queria fazer aquilo o quanto antes.

Também decidiu mudar seu estilo. Nunca tinha realmente gostado daquelas roupas que devia vestir para ter decoro em apresentações. O estilo street wear que Kim Taehyung havia lhe mostrado era interessante, e Jeongguk perdeu horas em seu celular estudando sobre ele. Outra coisa que se decidiu também foi mudar o corte de cabelo, porque já tinha se cansado daquele corte, com todos os fios milimetricamente arrumados no lugar certo. E pensou em piercings. Talvez na boca, na sobrancelha, nas orelhas.

Tudo que nunca tinha tido coragem de fazer — ia realizar cada uma daquelas vontades. Depois de chegar à conclusão de que poderia simplesmente morrer, de uma hora para outra, por que não faria o que queria?

Jeongguk saiu de casa cedo naquele dia, depois de sua mãe avisá-lo que teria um jantar importante e que não devia esperar por sua volta. O jovem se dirigiu ao endereço do tatuador com quem havia falado nos últimos três dias, e saiu de lá com o começo de um enorme projeto nas costas, além de vários piercings nas orelhas.

Quando chegou em casa, sabendo que sua mãe não estava lá para o importunar, Jeongguk ligou o som no último e ficou dançando em seu quarto, bebendo um pouco do vinho que estava aberto na cozinha. Ficou vendo vídeos e trends nas redes sociais, deparando-se com melodias interessantes, até se sentir especialmente capturado por uma música japonesa de 1985.

Leu a letra deitado na cama e depois encarou o teto, se lembrando de uma das primeiras vezes em que andou de carro com Kim Taehyung e da música esquisita que tocava. "Frature minha coluna e jure que você é minha", dizia o cantor. Jun Togawa cantava algo parecido, como ele viu ao procurar pela tradução — "me beije como se me desse um soco, até o sangue escorrer pelos meus lábios". "Se não disser que me ama, eu mato você".

Com uma risada, já bêbado, Jeongguk enviou o link da música para o número de Kim Taehyung e depois se levantou para dançar feito um louco pelo quarto.

Em sua própria casa, Taehyung acordou assustado com o som e a vibração da notificação do celular. Ele se ergueu sobre os cotovelos, percebendo que havia dormido no sofá da sala, com uma garrafa de bebida alcoólica pela metade em sua mão. Deu-se conta de que, depois de ter se encontrado com Park Jimin, tinha dirigido bêbado pela cidade, algo que nunca devia ter feito, porque não podia arriscar todo o seu trabalho dos últimos onze anos com uma única noite ao ser preso em flagrante por dirigir embriagado e, na pior das hipóteses, atropelar alguém. O mais estranho ao acordar daquela maneira repentina, porém, não foi sentir a ressaca bater ou o estranho arrependimento por ter feito algo tão imprudente, mas a súbita vontade de ver Jeongguk que o arrebatou ao ver a mensagem.

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