"Não existe arte mais contagiosa do que a carnal", Joseph Kessel, A Bela da Tarde.
Era uma tarde ensolarada e agradável, o sol não queimava a pele e não havia previsão de chuva. Era um dia tão perfeito, como que saído de uma cena perfeita de um filme alegre, que parecia que Kim Minsi e Kim Sungwoong haviam pagado muito dinheiro para que o clima estivesse daquela forma no aniversário de cinco anos de Lisa. Sobre o céu não era possível fazer nada além de esperar pela sorte que apenas os ricos possuem, mas o jardim exibia a grande quantia que havia sido gasta: a enorme extensão estava cheia de brinquedos e atividades para crianças das mais variadas faixas etárias, filhas dos amigos da família e amiguinhos da escola dos três irmãos Kim — ou melhor, de Lisa e de Seokjin.
Lisa corria de um lado para o outro, o rostinho enfeitado com a pintura de uma borboleta roxa, alegre e agitada, sujando seu vestido caríssimo que provavelmente seria usado somente naquele dia.
Seokjin se dividia entre brincar com os amigos de sua idade e vigiar a irmãzinha, embora houvesse adultos para olhá-la por todos os lados e muito embora, também, ela não demonstrasse ligar para a presença do irmão mais velho. Lisa estava tão entretida com crianças de sua própria idade, balões, brinquedos, pinturas e bambolês que não percebia nem mesmo para onde estava Taehyung, de quem nunca se separava.
Jeon Jihyun, sentada sozinha à uma mesa um pouco escondida, divertia-se vendo as crianças no pula-pula, achando graça toda vez que uma delas caía e não conseguia se levantar porque o pulo das outras crianças a atrapalhava. Os olhos de Jihyun se ocupavam em observar, vez ou outra, os pais, que conversavam com os pais de Kim Minsi, de quem tinham se tornado bons amigos. Seus olhos também pousavam sobre Minsi — bonita, delicada, a esposa e a mãe perfeita —, que conversava com as amigas mais próximas em uma rodinha perto da mesa do bolo.
Jihyun se pegava irremediavelmente olhando para Kim Sungwoong, que não havia olhado para ela uma única vez desde que haviam se cumprimentado no começo da festa. Por mais que tentasse desviar, sua visão sempre acabava inundada por ele.
Sungwoong estava mais bonito naquele dia do que havia estado alguns dias atrás, a última vez em que conseguiram se ver. Jihyun queria arranjar pretextos para chegar perto dele, sentir seu cheiro, tentar tocar em sua mão, mas permaneceu sentada, longe e quieta, porque sabia que não devia. Ela seria uma boa menina e esperaria pacientemente pelo momento em que ele a procurasse outra vez, como em todas as outras vezes no último ano.
Enquanto tentava olhar ao redor e parar de fantasiar com Sungwoong, Jihyun viu a pequena figura de Taehyung se afastando da festa em direção às árvores do parque. Ela olhou outra vez para Minsi e Sungwoong, mas nenhum dos dois havia percebido que o filho se afastava.
Ela olhou para as outras crianças e percebeu que nenhuma delas estava brincando com Taehyung. Jihyun já tinha ouvido que ele tinha dificuldades em fazer amizades e ser sociável, mas era a primeira vez que testemunhava aquilo — era uma festa cheia de crianças e ele não estava brincando com nenhuma. Ela se perguntou como era possível.
Quando viu Taehyung se aproximar ainda mais das árvores, Jihyun se levantou e o seguiu. Com medo de assustá-lo ou de perdê-lo de vista, ela o chamou com cuidado assim que passou pelas árvores.
— Taehyung-ah...
Ele se virou e ela percebeu que ele tinha algo nas mãos, que estavam juntas em forma de concha.
— O que está fazendo aqui? — ela sorriu, se aproximando. — Vamos voltar para a festa.
Ele chacoalhou a cabeça.
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Furor
Fanfiction[taekook | dark] Não cace sua presa: atraia‐a. Monte seu jogo, mexa suas peças, controle cada jogada e não se deixe enredar. Mas se isso acontecer, não hesite - destrua o que tiver de destruir e vá embora. ・・・・ Kim Taehyung perdeu sua adolescência e...