dezenove: vórtice

1.2K 199 454
                                        

preparem os corações para grandes revelações



Taehyung colocou o celular sobre a mesa de cabeceira e olhou para Jimin, que dormia ao seu lado. Em seus últimos encontros, ele vinha se certificando de não usar nenhum tipo de violência, tanto para criar uma espécie de vínculo mais íntimo e seguro com o bailarino quanto para vê-lo dispersando criatividade e esforço em diversas estratégias para que o escritor não visse as marcas deixadas por Kim Sungwoong. Com esse objetivo, Jimin vinha se esforçando tolamente para persuadi-lo a fazerem sexo tirando o mínimo possível de peças de roupas.

Agora que Jimin finalmente dormia e se mexia sobre o colchão, no entanto, Taehyung era capaz de ver a pele marcada sob a camisa leve que se amarrotava e subia pelo seu tronco. Ele se aproximou de seu corpo e pousou o nariz em seu ombro, cheirando-o. Sabia que Jimin estava cada vez mais apaixonado, ainda mais nos últimos tempos, tendo Taehyung só para si e daquela forma tão calma, romântica e doce. Uma vez que vinha sendo ignorado por Jeongguk desde que lhe contara sobre sua prisão e o assassinato da irmã, Taehyung resolvera dar todo o seu tempo disponível para Jimin, que chafurdava em cada segundo.

Taehyung também havia decidido tratá-lo como costumava tratar Jeongguk em tempo integral. Antes, costumava ser duro e seco com Jimin, machucando-o dentro dos limites que o bailarino aguentava, e apenas se tornava ligeiramente carinhoso e cuidadoso quando acabavam. Mas agora, ele o tratava com carinho e gentileza durante o sexo, fazendo todas as suas vontades tolas, e se divertia fechando os olhos e sentindo o próprio corpo pedir por Jeongguk. Era estranho como sentia sua falta. Seus ossos praticamente doíam com a distância e seu cérebro pedia por ele como se estivesse em uma crise de abstinência.

Naquele exato momento, tudo que sua mente conseguia pensar era se Jeongguk havia respondido suas mensagens, embora tivesse acabado de verificar que não.

Era tortuoso admitir que queria ver Jeongguk. Nem mesmo com Park Chaeyoung era daquele jeito. Ele nunca havia sentido a sua falta na pele e nos ossos, mesmo quando tinha vontade de fazer sexo com ela. E Taehyung não sentia falta de Jeongguk apenas na forma carnal — sentia falta dos momentos que podia apenas se deitar ao lado dele e aproveitar o silêncio e a brisa, coisas que nunca tinha feito antes de começar a passar algum tempo em sua companhia.

Embora Jimin também lhe proporcionasse momentos de silêncio agradáveis, ele ainda se via desejando estar com Jeongguk, e tentava se convencer de que era porque manipulá-lo era mais interessante e divertido. Os dois exigiam tratamentos e estratégias diferentes, afinal, Jeongguk era inseguro e inexperiente, enquanto Jimin era narcisista e fácil de lidar. Com o bailarino tudo sempre havia acontecido mais rápido, ao contrário do mais novo, com quem era preciso ter paciência e deixar o tempo agir a seu favor.

Era isso que estava fazendo agora — esperando o tempo passar. Não ia demorar muito para Jeongguk vir atrás dele mais uma vez.

Ele sabia.

Jeongguk era filho de Jihyun, afinal.

Taehyung pousou os lábios sobre o cabelo de Jimin e distribuiu beijos pelo seu corpo, querendo acordá-lo. Jimin demorou algum tempo para enfim se mexer, mas quando o fez, estava sorrindo de puro prazer. Ele agarrou Taehyung pelos ombros e o puxou para si, beijando-o nos lábios.

— Por que me quer tanto acordado? — Jimin perguntou com uma risada enquanto o escritor passava os dedos pelo seu cabelo, arrumando-o.

— Tirou um bom cochilo?

— Sim. E você? Não dormiu?

— Não, prefiro ficar olhando para você.

As bochechas de Jimin se tingiram de vermelho, provocando uma risada no outro.

FurorOnde histórias criam vida. Descubra agora