De olhos fechados, Jeongguk sentia cada espaço de seu corpo doer enquanto pendia lentamente no ar, amarrado em uma composição que Taehyung arrumava e apreciava há longos minutos.
Ele esperava ansiosamente pelo momento em que o escritor o desceria e o libertaria dos nós, pois imaginava sem fôlego o que aconteceria em seguida. Estava em sua companhia há dias suficiente para entender que, quanto mais machucado ficasse, mais carinhoso Taehyung seria depois. Isso significava que, quanto mais violento fosse o sexo e quanto mais marcas fossem deixadas por seu corpo, fosse com cordas ou qualquer outra coisa usada para machucá-lo, mais coisas agradáveis e doces o esperavam. Taehyung lhe dava banho, cuidava de seus machucados, carregava-o no colo para cima e para baixo, trazia sua comida para a cama, exigindo que Jeongguk não fizesse nada além de receber. Taehyung beijava cada marca que tinha deixado e o enchia de carícias, algumas vezes transformado o momento em sexo carinhoso, gentil e apaixonado. Era por isso que Jeongguk não se importava em sentir dor — e, na verdade, estava aprendendo que conseguia sentir prazer com aquilo. Não somente depois, mas durante, embora não tivesse certeza se era a própria dor que o excitava ou o fato de saber que aquelas sensações ruins causavam em Taehyung uma espécie muito diferente e forte de êxtase, e talvez fosse justamente por saber que podia agradá-lo daquela forma que o prazer fluía por seu próprio corpo. Jeongguk não entendia que tipo de poder Taehyung tinha sobre ele, mas aquilo era fato — nada era a mesma coisa desde que o conhecera. Tudo que Jeongguk compreendia do mundo e de si mesmo tinha sido desmantelado ao seu lado, e ele não se importava com isso. Não se importava com mais nada. Fosse com a dor ou com qualquer outra coisa, porque estava finalmente em um lugar que podia chamar de lar.
Desde que estivesse com Taehyung, Jeongguk não se importava com mais nada.
Eles estavam deitados no chão da sala, sentindo a brisa entrar pelas portas abertas. Jeongguk brincava com as mãos de Taehyung, traçando ossos e veias, e afogando-se em seu cheiro. Já o escritor o observava com curiosidade.
— Quando você vai me contar tudo? — perguntou Jeongguk, de repente.
— Tudo o quê?
— Sobre a sua família; minha mãe, o acidente que matou a Lisa... sobre seus amigos... e o que você quer fazer com a minha mãe.
Kim Taehyung ficou um momento sem dizer nada.
— Não quero te aborrecer com histórias ruins — respondeu depois de um longo momento.
— Mas não vai me aborrecer — Jeongguk balançou a cabeça negativamente. — Eu quero saber. Quero saber tudo sobre você...
— Prometo que vou contar — o escritor sorriu e o abraçou. — Mas não agora...
— Por que não?
— Você é muito impaciente — riu Taehyung, tocando a ponta de seu nariz, o que lhe provocou uma risada leve e tímida.
— Desculpe...
— Ei, não tem por que se desculpar. Só peço que espere mais um pouco. Pode ser?
— Sim, vou esperar — Jeongguk assentiu, fechando os olhos para sentir melhor o calor de seu corpo.
Taehyung permaneceu um tempo daquela forma, mas então começou a se afastar levemente.
— Preciso sair para resolver algumas coisas... se importa se ficar um pouco sozinho? — perguntou, beijando o topo de sua cabeça e acariciando seu cabelo.

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Furor
Fanfiction[taekook | dark] Não cace sua presa: atraia‐a. Monte seu jogo, mexa suas peças, controle cada jogada e não se deixe enredar. Mas se isso acontecer, não hesite - destrua o que tiver de destruir e vá embora. ・・・・ Kim Taehyung perdeu sua adolescência e...