treze: amor

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— Vou arrumar o banho para você — Taehyung tocou o topo da cabeça de Jeongguk gentilmente depois de vê-lo tomar o café da manhã. — Depois posso levá-lo de volta à sua casa, se você quiser.

— Obrigado — o mais novo fez uma leve reverência.

Antes de deixar o cômodo em que fizeram a refeição, cujas portas corrediças ficavam de frente para o jardim, Taehyung tocou as orelhinhas de Bam, que circundava os dois depois de ter comido um pote de ração. Jeongguk o observou e sentiu as bochechas queimarem apenas por vê-lo sendo carinhoso com o filhote.

— Vem, Bam — o jovem o chamou para brincar, jogando uma bolinha com cuidado, fazendo-a rolar devagar pelo chão. Desajeitado, o cachorrinho correu para pegá-la. — Você é tão fofinho — Jeongguk riu ao vê-lo voltar, fazendo-lhe carinho por todo o corpo enquanto ele abanava o rabo.

Ele pôde ouvir o escritor caminhando pelo corredor e, depois, o som da água enchendo o ofurô. Em alguns minutos, o mais velho retornou, dizendo-lhe que podia tomar banho. Jeongguk se apressou, lavando-se no chuveiro e em seguida afundando o corpo na água quente do ofurô.

Não conseguia se lembrar da noite anterior com exatidão. Lembrava-se da festa em fragmentos turvos e confusos demais por ter se drogado, e tinha uma recordação muito fraca e duvidosa de Taehyung lhe dizendo "É melhor não fazermos nada hoje". Jeongguk se perguntava se havia agido de maneira demasiadamente vergonhosa, sendo um estorvo para o escritor. Encolheu-se, escondendo o rosto com as mãos molhadas, sentindo o vapor quente preencher o ar ao redor. Não sabia se, com aquela frase, Taehyung tinha se referido apenas à noite anterior ou se havia desistido de qualquer relacionamento entre eles depois daquela festa.

Jeongguk apoiou a cabeça na borda do ofurô e encarou o teto, inutilmente tentando esvaziar a mente e deixar de se preocupar.

Quando enfim saiu do banho, vestindo o roupão branco que o mais velho havia lhe deixado, Bam correu em sua direção. A porta do cômodo onde Jeongguk ia se trocar estava aberta, então o cachorrinho pôde vê-lo saindo do quarto de banho, que por sua vez possuía duas portas — uma para o quarto do escritor e outra para o quarto de hóspedes.

Rindo, o homem veio atrás de Bam, para buscá-lo.

— Deixe o seu dono trocar de roupa, bichinho — brincou, pegando-o no colo.

— Não sei se "dono" ainda é a palavra adequada — Jeongguk comentou, então Taehyung ergueu os olhos e os dois se encararam por um momento. — Talvez o mais usado agora seja "tutor"...

— Ah, é mesmo? — o escritor arqueou as sobrancelhas e soltou uma pequena risada. — Soa melhor... trocar "posse" por "amparo" e "proteção" é bem melhor — E de súbito, seus dedos passaram pelo cabelo molhado do outro, sobressaltando-o. — Você fica bonito assim — ele comentou, mudando de assunto, fazendo seu rosto queimar. Riu de leve com a reação e depois se virou para sair.

— T-Taehyung-nim, não... — Jeongguk segurou a manga de sua camisa social entre o dedão e o indicador e viu-o se virar.

— O que foi?

O jovem soltou sua camisa e abaixou o rosto, encarando os pés. Balançou a cabeça negativamente e se manteve em silêncio.

Taehyung se afastou, colocou Bam no chão, no corredor, e fechou a porta. Caminhou até o mais novo outra vez e segurou seu rosto entre as mãos, passando o dedão pelo corte que Jihyun havia lhe feito na bochecha. Algo em seus olhos fez o outro estremecer e segurar suas mãos de volta.

— Por que não queria que eu saísse? — Taehyung sussurrou em um sorriso.

Jeongguk abaixou a cabeça mais uma vez, extremamente envergonhado, mas o escritor inclinou-se ao mesmo tempo, encostando suas testas para impedi-lo de interromper o momento.

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