Furor

trinta e cinco: delírio

Olá, pessoinhas, espero que estejam bem. Demorei bastante para escrever esse capítulo por causa de um bloqueio criativo. Fico e ficarei sempre muito feliz sempre que compartilharem comigo estrelinhas e seus pensamentos sobre a história e os personagens, isso me ajuda bastante a continuar escrevendo, assim como a ter mais ideias. O apoio de vcs significa muito para mim, mt obrigada por estarem lendo! Aproveitem o capítulo e até o próximo! Bjs da namsahi <3

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Você consegue ouvir esse som? O badalo... É como um grito, mas não é humano. É uma mensagem para mim. O que ela está dizendo? Você não consegue ouvir?  — Kiyoshi Kurosawa, Chime

Jihyun chegou à casa de Minsi e Sungwoong um pouco antes da aula de piano de Kim Seokjin começar. Assim que tocou a campainha e a empregada abriu a porta, a pequena Lisa correu até a jovem, surpreendendo-a, e agarrou suas pernas em um abraço quentinho e amoroso.

— Nossa, tem uma fadinha aqui! — Jihyun se abaixou e a abraçou apropriadamente, passando a mão pelas marias-chiquinhas de Lisa e elogiando seu penteado, além das asinhas de borboleta que estavam em suas costas. Lisa agradeceu, ainda com os bracinhos ao redor de seu pescoço, e o cheirinho de perfume de criança invadiu Jihyun. A menininha me se afastou e apontou para a própria boca.

— Tem uma surpresa na boca da Lisa — disse com a vozinha fina característica da idade.

— O que é? Você está de gloss? — riu Jihyun, achando-a uma gracinha quanto mais a olhava. — Ah, é por isso que não ganhei nenhum beijinho hoje... — comentou com um sorriso, ao que a menininha imediatamente segurou seu rosto e lhe deu um beijinho grudento na bochecha.

Lisa alisou a jardineira de tecido cintilante e bufante. Ela tinha só quatro anos, mas já gostava de escolher as próprias roupas e sapatos, criando um estilo muito colorido e brilhante, além de sempre usar pulseiras e perfumes. Em seu aniversário, há alguns meses, Jihyun havia lhe presenteado com um conjunto de presilhas e laços, e desde então adorava perceber que Lisa os usava frequentemente. Naquele dia, as marias-chiquinhas estavam presas com lacinhos de borboleta e havia presilhas de flores coloridas por toda sua cabeça, evidenciando que ela mesma havia se arrumado sem ajuda nenhuma.

— Não, noona... — Lisa balançou a cabecinha, a franjinha acompanhando o movimento. — Um dente mole!

— Já?! – Jihyun franziu a testa, confusa, e segurou seu rostinho enquanto Lisa colocava o dedo indicador minúsculo em cima de seu dentinho ainda menor. — Mas os dentes não começam a cair com seis anos...? — perguntou de si para si, arqueando as sobrancelhas.

— Mamãe disse que chama "queda precoce" — explicou Lisa, sem errar a pronúncia das palavras. Ela era uma menina muito esperta e Jihyun se surpreendia todos os dias que conversavam. Como era possível ser assim com tão poucos anos de vida? Jihyun tinha a impressão de que nunca deixaria de se espantar e se encantar com aquela menininha. Todas as vezes que a olhava e recebia um abraço, tinha o estranho desejo de ter uma filha como Lisa. Não era apenas um desejo, mas uma necessidade que parecia emergir de suas entranhas, fazendo seu coração bater rápido e forte. Ela se pegava imaginando que ter um filho com Sungwoong lhe daria uma criança tão bonita que chamaria atenção de todos por onde passasse, e tinha certeza absoluta de que seria tão inteligente e meiga quanto Lisa. E se Lisa pudesse ter uma irmãzinha... quão feliz não ficaria?