vinte e um: puníceo

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aviso: este capítulo contém violência, shibari e talvez algo bem imoral. Pode ser pesado para algumas pessoas, então tomem cuidado (ou seja, aqui tem sexo violento entre o que não se sabe *ainda* se são ou não irmãos, então se você não se sentir confortável, sinta-se à vontade para pular essas partes — só aviso que este capítulo tem algumas coisinhas sobre a personalidade dos personagens pro resto da história).


A luz do carro iluminou o muro da casa e aos poucos chegou ao portão, delineando o corpo de Jeongguk, que estava sentado ali à frente, com as coxas contra o peito e a cabeça enterrada nos joelhos.

Taehyung se perguntou há quanto tempo ele estava ali e, inspirando profundamente, desligou o carro e saiu dele.

O jovem ergueu o rosto ao ouvir a porta bater, parecendo cansado, e se levantou na mesma hora. Aproximou-se, visivelmente ansioso, mas Taehyung deu um passo atrás, não querendo chegar perto demais.

— A sua mãe sabe que está aqui?

Jeongguk parou, sem responder.

— Por que está aqui? — perguntou o mais velho.

— Eu... queria falar com você, mas você me evita há duas semanas... não atendeu minhas ligações, bloqueou minhas mensagens... fingiu que não estava em casa quando vim aqui.

Taehyung respirou fundo e colocou as mãos nos bolsos.

— Não entendeu o que isso significa?

O outro balançou a cabeça em negação, pegando sua mão.

— Você devia ir para casa, Jeongguk — Taehyung o repeliu, mexendo as mãos fortemente. — Estou te dando essa chance.

— Chance do quê? — Jeongguk o encarou.

— De se livrar de mim antes que as coisas fiquem piores.

— Piores? — o jovem franziu a testa. — Por que diz isso?

O escritor não respondeu.

— Vamos conversar! — Jeongguk insistiu.

Taehyung se curvou levemente para a frente, aproximando seus rostos.

— Não venha atrás de mim outra vez. Entendeu?

— Não, eu quero conversar com você...

— Mas eu não. — Taehyung passou por ele, caminhando até o portão de sua casa. Ao abri-lo e adentrar o jardim, Jeongguk o surpreendeu, entrando e segurando seu pulso.

— Espere. Por favor, espere.

Eles se encararam em silêncio.

Com as mãos inseguras, Jeongguk segurou o rosto de Taehyung, que, cansado, fechou os olhos e inspirou profundamente, procurando por palavras para mandá-lo embora de uma vez. No entanto, nenhuma palavra saiu por sua boca, e o mais novo se aproximou mais, encostando suas testas. O movimento leve e agradável de fricção feito por Jeongguk provocou no coração de Taehyung algo estranho. Ele não se lembrava de algum dia ter experimentado uma sensação como aquela, tão quente e tranquila. O instinto lhe disse para se afastar, mas o calor da testa do jovem violoncelista contra a sua era como um ímã, prendendo-o bem perto. Embora soubesse que devia se afastar, o escritor não conseguia impedir que aquela situação avançasse, e antes que pudesse resistir, Jeongguk encostou seus narizes carinhosamente, e deslizou a boca até a sua, beijando-o com delicadeza.

Sem pensar, Taehyung retribuiu o beijo, segurando seu rosto de volta e diminuindo o espaço entre seus corpos. Não era capaz de resistir nem de se manter longe.

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