Entre Elas

Confiança

Pov
Ana

Mariana passou a mão por cima da roupa na altura do meu seio e gemi de prazer, ela sabia exatamente como me tocar. Meu corpo reagia ao toque, mas meu cérebro contra reagia sendo inundado por conflitos. "Eu não havia perdoado a Mariana, o que eu estava fazendo?" "E a Tamara?" "Não, não, não... Isso não está certo!", meus pensamentos me assolaram, e a razão venceu a emoção.

Não consegui mais me concentrar, logo parei de retribuir aos beijos da Mariana e travei suas mãos erguendo meu tronco. Olhei para ela firme, precisava dessa firmeza. Ela franziu a testa como um cachorrinho "pidão", eu quase cedi, mas mantive minha postura e falei:

- Desculpa, não posso! - saí completamente do seu domínio e levantei do sofá. Ela permaneceu ali, mas se ajeitou no sofá mudando a postura para sentada.

- Achei que quisesse... Você tomou a iniciativa Ana! - Mariana se manifestou confusa.

- Você tem razão, mas foi uma fraqueza, uma recaída... Mariana, estou namorando a Tamara! - exclamei nervosa.

- Eu sei, mas eu achei que... - ela falou com a testa franzida.

- E não sei se a mágoa que sinto pela sua traição vai passar algum dia.- respondi encarando ela com desânimo.

- Já disse que me arrependi. Te pedi perdão... - ela insistiu franzindo a testa.

- Não adianta eu perdoar se a confiança foi quebrada.

- Que confiança?! Ana, quando estávamos juntas, você sempre agia com ciúmes! - Mariana se exaltou.

- Mesmo assim eu confiava em você, eu acreditava que você e eu estavamos envolvidas em um compromisso uma com a outra!!! - me irritei, senti meu rosto ferver de raiva.

- Ana... - ela manteve a testa franzida, respirou fundo e continuou: - Você tem razão, eu não tenho como argumentar contra isso. - Mariana levantou e se aproximou de mim, pegou na minha mão e falou: - Se um dia eu recuperar sua confiança ou a mágoa passar, quero que saiba que nunca mais vou errar com você. - ela falou com segurança e sinceridade, olhou dentro dos meus olhos. Por mais que eu quisesse, não conseguia encarar ela, estava vulnerável, tirei a mão, cruzei os braços e olhei para o lado.

- Não vai embora? - indaguei ainda sem encara-la.

- Sim, claro, mas como já está tarde, venho buscar a Regina amanhã, não quero acordar ela... - ela agiu com sensatez.

- Ok. Se cuida. - respondi ainda desviando o olhar e subi para meu quarto deixando Mariana para trás na sala.

Chegando no andar de cima, ao invés de ir direto para o meu quarto, resolvi passar no das meninas. Quer dizer, onde só estava a Regina que dormia no berço. A babá da noite estava lá e fez menção de levantar assim que eu entrei. Estiquei a mão para que não se preocupasse e fiquei olhando com carinho para Regina dormindo.

Suspirei algumas vezes pensando no que havia acontecido na sala e o quanto eu ainda desejava a Mariana... Isso me fazia me sentir uma fracassada, como poderia amar tanto alguém que me fez mal, que traiu minha confiança, pensei.

Peguei Regina adormecida no colo e falei com a babá num sussurro:

- Fica tranquila, vou levar ela para meu quarto. Pode descansar... - levei Regina para meu quarto, queria passar a noite grudadinha na minha filha. Valentina e o Rô estavam com o Juan Carlos e sem a Ceci sentia um vazio enorme no meu coração. Aliás amanhã vou ligar para minha filha, pensei.

Demorei um pouco, mas depois de tanto pensar e refletir, acabei pegando no sono junto com minha filha.

Pov
Mariana