Rapida como um Foguete

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Pov
Mariana

- Ana, por favor... - me aproximei da Ana implorando para que parasse de juntar suas coisas.

- Eu não posso lidar com isso... E sabe o que é pior? - Ana deu uma pausa, colocou a mão na cintura e me encarou: - Nem deveria estar brava com você, pois é exatamente o que eu faria se estivesse no seu lugar. Trabalho vem primeiro. - ela então desviou o olhar novamente e continuou a juntar suas coisas.

- Não tem nada que eu possa fazer? - falei procurando pelos seus olhos.

- Sinceramente?! Tudo que eu quero vai de conflito com o que sempre fui. Mariana, eu quase dei a luz a Valentina no meio de uma visita técnica, eu estava trabalhando quando minha bolsa estourou.

- Eu não quero isso Ana... - Franzi a testa e olhei para Ana, nós duas estávamos com os olhos marejados.

- Bom, só você sabe o que é melhor para você mesma. Eu vou embora, não quero te atrapalhar mais... - Ana pegou sua mala e saiu do quarto. Chegando na sala encarou Ximena praticamente a fuzilando.

- Não vai se despedir da Regina? - Indaguei a Ana.

- Melhor não, estou com pressa... Deixa beijo meu para ela. - Ana estava sendo curta e grossa, continuava a desviar o olhar para não me encarar.

- Posso ao menos te levar até o elevador? - pedi quase que implorando, meu coração estava  em mil pedaços, não queria deixar Ana partir.

- Você quem sabe... Pode abrir a porta? - Ana pediu, eu abri e ela saiu como um foguete pelo corredor empurrando sua mala de rodinhas. Sei que ela tinha o coração ferido, mas não queria demonstrar. Eu pedi licença a Ximena e fui atrás dela no corredor.

Ela estava de frente para os elevadores olhando para o celular impaciente. Eu parei na frente dela e falei:

- Ei?! Sério que quer ir embora assim comigo??? Brigada?

- Não estou "brigada", só preciso de um tempo para processar às coisas... - Ela falou virando para o outro lado e desviando o olhar.

- Ana Servin?! Olha para mim! - me coloquei novamente a sua frente e ordenei com palavras. O elevador chegou.

- Seja rápida, o elevador chegou. - Ana finalmente me encarou depois da minha insistência.

- Juro para você que as coisas não vão ficar assim. Ana, eu te amo e quero mais do que tudo ficar com você.

- Ok. - Ana continuou a desviar o olhar, toquei em seu queixo puxando seu rosto para minha direção e falei:

- Acredita em minha palavra. - comentei confiante.

- Espero que essa sua "colega" não te faça mudar de idéia. - Ana torceu o nariz e revirou os olhos.

- Ah não... Então isso tudo é por ciúmes?! - cruzei os braços e comentei irritada.

- Mariana, eu preciso ir. - Ana entrou no elevador e apertou o botão para fechar a porta. Eu a vi partir, não a impedi. Ana não confia em mim, muito menos no meu amor. Não sei mais o que fazer ou falar para isso mudar. Uma lágrima finalmente desceu dos meus olhos que estavam até então marejados, sequei a lágrima com a mão, respirei fundo e voltei para o apartamento cabisbaixa.

Chegando lá, sentei à mesa, ao lado da Ximena que mexia no computador. Ela notou que eu estava desanimada, além de ter acompanhado todo o movimento.

- Sua namorada é bem mandona, não é?

- Eu não lembro de ter te dado liberdade para se meter na minha vida. - dei uma "patada" enorme na Ximena que franziu a testa, arqueando as sombrancelhas se encolhendo na cadeira. Eu notei o tamanho da minha grosseria e tentei corrigir: - Desculpa, eu não costumo agir assim... É que fiquei chateada com a situação.

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