Perdão

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Pov
Mariana

Chegamos na cidade, Elena foi para a casa e eu fui imediatamente para a casa da Ana. Tinha a esperança de encontrá-la já que era sábado.

Abri a porta com minha chave, segurando a Regina no colo e empurrando duas malas com a perna. Alta Gracia veio me receber.

- Senhorita Mariana! Que bom te ver! - Alta reagiu com animação.

- Oi Alta! Também estou muito feliz por estar aqui... - eu não estava tão animada, no final o motivo de eu estar ali era péssimo, aliás eu estava acabada.

- Deixa eu te ajudar com isso ... - Alta pegou minhas malas e perguntou: - Levo para o quarto da senhora Ana??? - nesse exato momento Ana chegou da rua, entrou em casa, ouviu a conversa, viu o movimento e falou ordenando:

- Deixa essas malas aí Alta! Não leva para lugar nenhum... - a loira falou com as mãos na cintura e o rosto fervendo. Meu coração acelerou e senti frio na barriga só se olhar para ela.

- Ana, preciso falar com você...- franzi a testa implorando como um cão abandonado. Ana desviava o olhar, seu rosto estava muito vermelho transbordava ira. Ja tinha experimentado essa sensação em outro momento, foi no batizado das meninas, e não podia acreditar que estava passando por isso de novo.
Meu coração estava em mil pedaços. Claro que sabia que eu merecia essa reação.

- Alta, pega a Regina e leva ela para cima, eu e Mariana precisamos conversar a sós. - Ana ordenou, eu entreguei Regina para Alta que mesmo sem entender obedeceu a patroa e subiu com a menina.

- Vamos lá para o quintal. - Ana ordenou apontando para a porta.

- E as minhas malas? Vão ficar aqui na entrada? - indaguei confusa, na verdade não sabia o que fazer ou falar.

- Não estou preocupada com isso Mariana. - Ana respondeu com rispidez e caminhou para o quintal sem olhar para trás. Larguei minhas malas e a segui desesperada.

Chegamos no Pergolado que ficava no quintal. Assim que chegamos, eu logo desatei a falar:

- Ana, por favor, me perdoe! Eu estou completamente arrependida pelo que fiz... - implorei juntando às mãos, e com o rosto lavado de lágrimas.

- Imagina só... Esse deve ser meu karma... Ser traída! - Ana gritou olhando para mim com raiva.

- Foi um erro meu, você não deve se culpar por isso.

- Claro que foi um erro seu! Apenas mencionei que é um karma, um azar meu, pelo visto me apaixono pelas pessoas erradas... - ela deu uma pausa, olhou para cima com as mãos na cintura, respirou fundo e continuou: - Mariana, eu dei meu melhor nesse relacionamento e quanto a isso não carrego nenhuma culpa.

- Me perdoe, olha, eu larguei meu emprego para ficar com você.- ainda implorava por clemência.

- Como?! Porque fez isso??? - ainda com as mãos na cintura, ela franziu a testa e me encarou irritada.

- Sabia que a distância estava prejudicando e... - estava falando e ela me interrompeu:

- Mariana, você esta se escutando??? Nós tínhamos um acordo, e simplesmente você destruiu tudo! Inclusive agora largou o emprego, a única coisa que você acertou nesses últimos tempos. Você fez isso achando que eu iria te perdoar? O que se passou na sua cabeça???

- Não seja tão dura comigo. Já reconheci meu erro... Te amo e estou aqui para recomeçarmos.

- Perdeu seu emprego e seu tempo. Não tenho interesse em recomeçar nada com você. - Ana falou desviando o olhar de braços cruzados.

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