Batizado

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Pov
Mariana

Passaram alguns dias daquela noite em que estive com a Ana. Desde então não conversamos e por incrível que pareça, nem ao menos nos esbarramos. Tenho certeza de que ela estava fazendo um tremendo esforço para não esbarrar comigo, ela estava me ignorando.

O natal se aproximava e eu queria dar algo especial para Ana, tinha tido uma idéia muito boa e pedi para a Helena me ajudar a encontrar para comprar, ela encontrou e deve estar para chegar na casa dela. Pedi que me enviassem por encomenda, estou ansiosa e nervosa em dar esse presente para ela, tirando pelo fato dela estar me ignorando nos últimos dias, tenho medo que não aceite. Vamos ver...

Confesso que àquela noite me deixou atordoada, o que me faz pensar é que Ana me deseja, mas não pode ficar comigo por conta dos bloqueios que ela criou e que eu ajudei a criar. Ando pensando em como posso reconquistar ela, mas nem eu mesma sei como, não se trata de fazer algo especial, uma surpresa ou uma declaração, e sim de quebrar barreiras que ela levantou, resgatar sua confiança e isso é muito difícil. Sinceramente?! Não sei se vou conseguir, principalmente com ela estando nesse relacionamento com a Tamara.

Como posso me declarar ou fazer promessas se ela está com outra pessoa? Como posso provar que a quero e somente ela com toda a minha alma? Que a amo? É tão difícil lidar com esse turbilhão que vou tentando levar minha vida com leveza, por mim e pelas minhas filhas...

Hoje era o dia do batizado do Dieguinho, minha mãe e avó estavam uma pilha. Como era domingo, deixei Regina com o Pablo que já havia chegado de Tijuana, e fui ajudar minha mãe com os preparativos.

O batizado seria bem tradicional, começaria na igreja das Mercês e em seguida iríamos comemorar em um restaurante chique que ficava próximo da igreja, estava tudo organizado.

- Filha, você viu as lembrancinhas??? - Terê me perguntou segurando Dieguinho um pouco sem jeito e procurando pelas lembranças.

- Está bem aqui na sua frente. - respondi apontando para a bolsa repleta de lembranças.

- Mamãe e o bolo? - Tere perguntou para minha avó.

- Na geladeira filha. Me dá o Dieguinho aqui querida, ele está te atrapalhando... - minha avó pegou o Diego do colo da mamãe.

- E o Victor? Onde foi parar? - mamãe perguntou nervosa coçando a cabeça.

- Ele disse que iria aguardar na igreja para receber as pessoas e conversar com o padre. - eu respondi tentando tranquiliza-la.

- Vocês ja estão arrumadas! Meu Deus, está tudo bagunçado.... Olha meu cabelo! Queria que tudo fosse perfeito... - minha mãe sentou no sofá desanimada com marejo nos olhos. Sentei ao seu lado e falei:

- Teresa, sabe o que você vai fazer agora??? - dei uma pausa, ela me olhou franzindo a testa e eu continuei: - Vai tomar um banho bem refrescante, vestir a roupa que escolheu por semanas, fazer uma maquiagem leve e vou te levar para a igreja.

- Mas e o... - mamãe apontou para o Dieguinho no colo da vovó.

- Está tudo certo, vovó e eu vamos arrumar o Dieguinho e quando sair do banho, vamos todas juntas para a igreja.

- Ok, mas pega tudo filha, o bolo, a decoração, as lembrancinhas...  - mamãe pediu nervosa.

- Pode deixar Tere. - respondi confiante.

Minha mãe atendeu ao meu pedido e foi tomar o banho. Eu e vovó aceleramos para arrumar o Dieguinho bem bonito. Juntamos todas as coisas que teríamos que levar, mas não tinha como carregarmos tudo sozinhas.

- Vovó, como vamos carregar isso tudo???

- Liga para o Victor, veja se ele pode vir buscar a gente. - minha avó deu a ideia, eu liguei mas ele respondeu que não daria, pois já chegavam alguns convidados na igreja e seria indelicado ele sair.

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