Entre Elas

Você é minha

Pov
Ana

Hoje foi um dia cansativo, começou muito cedo e tive movimento o dia inteiro. Cheguei em casa exausta, logo que entrei estiquei a coluna e tentei estalar o pescoço para aliviar a tensão. Depois disso fui no quarto tomar um banho e trocar de roupas, estava me sentindo suada e grudenta. O dia foi "abafado"...

Chegando no quarto me certifiquei que Mariana ainda não havia chegado, olhei a hora no celular e ja passavam das sete da noite. Todavia prometi para mim que não iria ficar neurótica com isso. Apenas deixaria fluir...

Fui no quarto das meninas e chegando la encontrei Juan Carlos, ele brincava com as bebês no chão do quarto. Olhei para ele surpresa e indaguei:

- Juan Carlos?! O que está fazendo aqui? - dei uma pausa e continuei preocupada: - Ah meu Deus!!! Está tudo bem com a  Valentina? Onde está a babá?

- Calma Ana... Respira...

- Pronto... Já respirei. - falei sentando no chão ao lado dele e pegando Valentina no colo.

- Está tudo bem com a Valentina, com as duas. A babá foi jantar e eu vim aqui só para visitar as bebês. - Juan respondeu sorrindo.

- Você está mudado mesmo, heim? Lembro de você não gostar muito de bebês.

- Deve ser a idade. - ele brincou e continuou: - Acho que ver nossa primogênita pegar o avião hoje me acendeu um alerta de que preciso aproveitar mais a Valentina e o Rô.

- Eles crescem tão rápido... - falei em tom reflexivo.

- Exatamente. E aqui estou fazendo gracinhas bobas para essas duas. - Juan fazia caretas engraçadas com a Regina no colo.

- Fico muito orgulhosa por você ter mudado dessa forma. Namorar te tornou mais sensível, está te fazendo bem. - comentei sorrindo.

- Sim... A propósito, Fernanda pediu se eu poderia passar o final de semana com a Valentina, ela fez uma programação super sofisticada para bebês. - Juan me pediu.

- Claro que sim, vai ser bom para ela passar mais tempo com vocês. Talvez eu até aproveite para viajar... - comentei.

- Viajar?! A trabalho? - ele indagou surpreso.

- Não... Pensei em fazer uma visita surpresa para Mariana em Tijuana.

- Mas ela não está aqui? Aliás onde está Mariana? Achei que a encontraria aqui com as bebês.

- É...  - abaixei os olhos tristes, eu ainda estava com Valentina no colo.

- Ei?! O que houve? Te conheço, tem algo errado... - Juan indagou preocupado.

- Não é nada muito claro, para falar a verdade é meio confuso e não sei se quero dividir isso com você. - Levantei com Valentina no colo e fui trocar a fralda dela no trocador.

- Bom, você quem sabe. - Juan também levantou, colocou Regina no berço e se aproximou de mim para continuar a falar: - Ana, espero que me veja como um amigo, pode contar comigo, afinal dividimos uma vida inteira juntos, se tem alguém que te conhece nessa família, sou eu... - Juan falou tudo tocando em meu ombro, eu sorri, meus olhos marejaram, na verdade me emocionei com às palavras amigáveis do Juan.

- Eu digo o mesmo para você... - correspondi a ele. Fomos então supreendidos pela Mariana que chegou neste momento no quarto. Eu e Juan nos encaravamos com carinho, ele acariciava meu ombro e eu apoiava Valentina no trocador. Mariana olhou para gente confusa e falou:

- Espero não estar atrapalhando, vim aqui pegar minha filha... - ela passou por nós, pegou a menina e saiu do quarto desviando o olhar. Entreguei Valentina para o Juan e fui atrás da Mariana.

- Mariana, espera! - chamei por ela que acelerava os passos pelo corredor, eu apressei os passos para alcança-la.

- Eu tenho que ir. - seus olhos estavam marejados.

- Ei?! - consegui tocar no seu ombro e faze-la parar de andar. Ela me olhou irritada. - Porque esta agindo assim? - indaguei confusa.

- O que estava acontecendo lá no quarto das meninas? Você e Juan Carlos estavam sei lá...

- Você está com ciúmes??? - comentei sorrindo.

- Ana, tipo, eu não sou assim! - Mariana respondeu irritada. Acariciei seus cabelos e falei com um sorriso bobo:

- Eu e Juan estávamos apenas conversando... Nada mais. - respondi com segurança.

- Não foi muito o que pareceu... - Mariana me encarou com tristeza.

- Mariana você está insegura? O que está acontecendo?

- Vou deixar a Regina com a babá e já volto... - Mariana desconversou e me deixou sozinha no corredor. Cruzei os braços pensativa e em seguida fui para meu quarto.

Me preparei para dormir, deitei na cama e como de praxe, comecei a ler um livro. Um pouco depois Mariana apareceu no quarto, aparentemente estava mais calma. Ela entrou e fechou a porta. Me ajeitei, sentando  na cabeceira da cama. Ela perguntou:

- Não está com fome?

- Não... Comi mais cedo antes de chegar em casa.

- Alta preparou tortilhas maravilhosas. - ela comentou enquanto trocava de roupa na minha frente. Não conseguia desviar o olhar das suas curvas. Tirei os óculos e falei:

- Como ficou sua mãe?

- Triste por eu ter que voltar para Tijuana amanhã... - Mariana comentou desanimada.

- Não só ela... - abaixei a cabeça triste. Mariana já de baby doll, por sinal muito sexy, se aproximou de mim e sentou ao meu lado.

- Está difícil não é? - ela falou olhando dentro dos meus olhos.

- É que acabamos de começar um relacionamento e mal conseguimos nos ver. - desabafei chateada.

- Eu passei o dia inteiro triste exatamente por conta disso.

- Ah, era por isso? Desde ontem? - indaguei aliviada.

- Sim, exatamente por conta disso. Ana, só de pensar que vou precisar passar semanas longe de você, meu coração fica apertado. - Mariana falou com a mão no peito.

- Eu cheguei a pensar que...

- Sei o que pensou e garanto a você que não tem nada haver com aquilo, aliás... - Mariana tirou o livro e o óculos da minha mão e invadiu minha boca com um beijo sedento, eu retribuí com vontade.

Tinha desejo da Mariana o tempo inteiro, era incontrolável, parecia até uma adolescente. Nos beijamos e passamos para preliminares. Mariana mal deixava eu respirar. Deitamos na cama, estava com tanto tesão e envolvida com o momento que nem sei em que momento tiramos as roupas. Mariana parecia também estar no mesmo compasso. Eu gozei depois da Mariana e logo em seguida deitamos cansadas uma do lado da outra. Mariana se aconchegou com a cabeça no meu peito, eu a abraçava dando um carinho suave em toda extensão do seu braço.  Estavamos deitadas completamente nuas nossas pernas entrelaçadas, iluminadas somente pelas luz do abajur, eu falei:

- Estou disposta a continuar lidando com a distância se você também estiver... - falei com ela que levantou a cabeça e encostou o queixo delicadamente sob o meu colo.

- Acho que só precisamos aprender a lidar com isso.

- Sim, mas não se preocupe, vai dar certo, porque nos amamos. - falei apaixonada.

- Nos amamos e somos uma família. - Mariana se declarou complementando.

- E você é minha... - Comentei deveras possessiva, mas depois do sexo era conveniente, Mariana gostou do comentário, deu um sorriso safado e nos beijamos. Em meio ao beijo eu comentei rindo: - Sabia que agora bateu a fome? - meu estômago roncou alto.

- Pobrezinha do meu amor... - Mariana falou franzindo a testa e continuou: - Espera aqui então que vou "roubar" algumas tortilhas para você na cozinha. Já volto. - ela vestiu o baby doll veloz e desceu para buscar comida para mim. Era tão fofa, e eu completamente apaixonada por ela.