Presente de Natal

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NOTA AUTORA: Meninas presentinho para vocês. Ando tendo dificuldades de atualizar diariamente, mas hoje, tive um tempo livre e resolvi soltar dois capítulos fresquinhos. Espero que gostem ( já sei que vão ficar um tanto eufóricas...hehehehe).
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Pov
Ana

Em um dado momento, quando todos estavam relaxados conversando, resolvi me distanciar e ver meu natal de longe, queria apreciar. Reunir a todos foi uma conquista e tanto. Havíamos formado uma família muito bonita e cheia como sempre sonhei ....

Ceci já engajada na faculdade, quem diria e firme e forte, mantendo um relacionamento com o Dário, mesmo que a distância, um exemplo para mim... Ah, os jovens... Pensei. Espero não ser avó tão cedo.

Rodrigo estava lá no telefone o tempo inteiro, tenho certeza que era com a tal da Adriana. Ele soltava uns sorrisos e não parava de digitar...

Fiquei tão feliz de saber que Juan vai ser papai de novo, Fernanda estava radiante, mesmo que não desse ainda para notar a gravidez, eu tinha certeza de que seriam muito felizes.

Pablo e Cíntia bem engajados, Cíntia era focada como eu, ou até melhor, vejo que ela vai ter um futuro brilhante.

Teresa e Victor parecem apaixonados como adolescentes, Dieguinho estava tão lindo, ensaiava engatinhar e as meninas ficavam "bajulando" ele. Era tão fofinho ver Regina e Valentina juntinhas, como irmãs gêmeas, onde uma estava a outra também estava, eram inseparáveis.

Mamãe estava toda boba com os netinhos, ela ficava brincando com os bebês, hora ela também queria discutir com a Alta sobre a sobremesa. Às vezes acho que rolava uns olhares mal intencionados da mamãe com o pai do Juan Carlos e do Victor, mas acho que é só impressão, não sei...

Elena e Mariana estavam cochichando, falavam coisas uma no ouvido da outra e algumas vezes caiam na gargalhada. Mariana estava feliz, a faculdade fazia bem a ela, fazendo novos amigos, confesso que alguns que considero possíveis "ameaças" para mim como esse tal Ivan, mas quem era eu para interferir. A amava, mas precisava que que as coisas seguissem seu fluxo, não queria forçar nada e depois me arrepender, bloquear como tenho feito, não era justo comigo e nem com ela. Só poderia "investir" se tivesse algo que fosse consistente, era o que Mariana merecia. Entretanto eu confesso que era muito difícil seguir com essa postura, principalmente quando percebo as tais ameaças surgindo.

Respirei fundo, peguei uma taça de vinho, e resolvi sair da sala para a varanda, estava cansada e queria relaxar sozinha no sofá do Pergolado.

Logo que sentei no sofá, cobri minhas costas, estava frio e continuei pensativa por mais algum tempo, quando fui surpreendida pela Mariana, ela segurava uma sacola decorada e perguntou:

- Posso sentar???

- Claro que sim... - apontei um lençol para ela se cobrir. - Quer um pouco de vinho? - apontei a taça.

- Do seu vinho? - ela franziu a testa, deu uma pausa  e continuou: - Tenho uma idéia melhor...

- Hum... O que é isso na sua mão? - indaguei curiosa.

- Seu presente. Na verdade comprei há um tempo, mas não sabia se teria um "contexto" para te entregar e... - cortei Mariana e falei:

- Me dá logo, sabe que sou curiosa! -  tentei puxar a sacola da mão dela, ela escondeu e falou:

- Só se me prometer uma coisa...- ela me encarou sorrindo.

- O que quiser... - joguei um olhar sedutor para ela, talvez o vinho já tivesse subido.

- Que vai usar esse presente com moderação. - Mariana comentou com timidez.

- Prometo. - Mariana me entregou a sacola, abri imediatamente, quando vi o conteúdo arregalei os olhos, peguei a garrafa e coloquei a mão na boca surpresa. - Onde encontrou isso???

- Pedi a uma amigo que mora próximo de Santa Perpétua, Elena me ajudou encontrando com ele e pegou para mim...

- Eu amei! Essa bebida é realmente boa... Obrigada Mariana, esse definitivamente é o melhor presente que ganhei nesse natal! - Abri a garrafa eufórica e tomei uma golada. Fechei os olhos, sorri e rememorei aquela noite.

- Ei, calminha, falei para ir com moderação... - Mariana pediu sorrindo.

- Não vou beber sozinha... - entreguei a garrafa para Mariana que também tomou uma golada e me devolveu a garrafa.

- Lembra daquela noite? Um dia penso que precisamos voltar no vilarejo, devem ter coisas muito divertidas para fazermos lá. - Mariana comentou animada.

- Bem, acho que o que tinha de mais divertido para fazer lá, nós fizemos. - falei virando os olhos para baixo com timidez. Mariana corou tímida e falou:

- Pará Ana... É serio! Lembra que dançamos aquela música regional??? - Mariana desconversou brincando. Eu dei uma golada e falei:

- O que acha de dançarmos de novo?

- Aqui?! Agora??? - Mariana franziu a testa tímida.

- Sim, porquê não?! Deixa eu ver se encontro alguma música parecida aqui no celular... - dei mais uma golada na bebida e procurei no celular uma música regional animada e coloquei no volume médio, não queria chamar atenção de ninguém. Olhei para Mariana que sorriu tímida. Eu levantei um pouco tonta e estiquei a mão. - Vamos?! - ela esticou a mão e eu a puxei contra meu corpo. Nos olhamos por alguns segundos, Mariana ficou tímida e falou:

- Acho que o ritmo é diferente. - Ela se afastou de mim e começou a balançar o corpo com mais vigor. Eu sorri e a acompanhei. Dançamos tanto que chegamos a suar. De repente a música no celular mudou para uma romântica que devia estar na minha playlist. Era uma das antigas, "Besame" de Ricardo Montaner.

Paramos de nos mexer e nos olhamos sérias, estiquei a mão para ela novamente a convidando para dançar comigo, só que na bailada lenta. Ela consentiu e nossos corpos voltaram a se encostar. Começamos a dançar compassadas com a música romântica, nossos olhares, rostos próximos, respiração acelerada, convidavam a um beijo, mas Mariana desviava o olhar me evitando. Já que o beijo talvez não rolasse, então em meio a dança curvei um pouco o tronco e recostei a cabeça no colo da Mariana. Ela por sua vez abraçou minha cintura e repousou a cabeça sob a minha. Eu também a abracei na cintura e movimentamos nosso corpos lentamente. Senti seu coração acelerar, o meu também estava, até que resolvi tentar olhar para ela e esse momento foi intenso, alem da música, às luzes amarelas ao fundo, aumentavam o nível do romance. Eu toquei com um certo nervosismo em seu rosto, sorri, ela soltou um sorriso nervoso de volta e em um impulso tomado pela bebida falei:

- Mariana, quer fazer amor comigo?

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