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Hallie

    Alisei meus cabelos para atrás desenquieta, olhando ao redor atordoada. Meu dinheiro estava nas mãos de um criminoso! Como eu poderia ficar calma quanto a isso? Tudo bem que eu tenha ganhado comida, cama, roupas... Mas um dia eu sabia que isso me seria cobrado. Gratidão uma ova! Essa gratidão me estava muito estranha...

   Ares tem flertado comigo de forma descarada. Se é realmente interesse ou apenas um joguinho, eu não sei. E agora ele tinha levado todo meu dinheiro consigo para o gastar.

     Apertei meus olhos de forma afiada, olhando para o portão se fechando. Ele ia  pagar por isso! Bufei olhando ao redor, finalmente reparando na frente da mansão e na entrada. Aquela casa parecia mais um palacete, e o jardim era muito bonito e bem cuidado.

    Voltei para dentro em passos duros. Até mesmo havia perdido o apetite. Subi para o segundo andar, pensando em voltar a mergulhar dentro da banheira, mas parei diante da porta do quarto de Marlon e resolvi entrar.

    Fiquei um pouco tensa ao rodar a maçaneta, e a visão das cortinas fechadas assim como as janelas me fez arquear a sobrancelha. Atravessei o cômodo abrindo as janelas e deixando uma brisa refrescante entrar.

   Puxei uma poltrona para ao lado de sua cama, e me senti apertando minhas mãos em meus joelhos, reparando em seu rosto, nos fios grisalhos. Havia tantos tubos que me deixavam aflita.

— Oi Marlon... Não sei se você consegue me ouvir, mas a partir de hoje nós vamos passar algum tempo juntos. Se tiver algo que eu possa fazer por você, juro que vou dar meu melhor.

   Estiquei minhas mão, pegando a sua e o dando leve batidinhas sobre o dorso.

— Você não está sozinho... _ Sussurrei baixinho.

   Eu não o conhecia, não fazia ideia como seria seu temperamento, mas era triste ver alguém nesse tipo de situação. Meu coração ficou apertado, pensando em tantas coisas que provavelmente ele ainda queria fazer, as pessoas que queria estar perto, lugares para ver...

  Olhei para o vaso de flores da cabeceira, vazio, e rolei meus olhos pelo quarto sem vida ou decorações ou muitos móveis. Talvez fosse para facilitar o cuidador de se locomover com Marlon até o banheiro. Suspirei pesadamente afagando a mão fria de Marlon.

***

    Deitada de um jeito desleixo sobre a poltrona, encarando o teto, enquanto meu braço estava mole e esticando para fora do encosto, soltei um suspiro pesado.

Batidas na porta me tiraram de meus pensamentos e arqueio a sobrancelha quando um homem estranho me encarou intrigado.

— Bom tarde senhorita! Eu sou o fisioterapeuta.

   Me levantei acenando para que ele entrasse. Ele deixou sua mochila em um canto.

— Achei que fisioterapia era para pessoas em recuperação..._ comentei baixo intrigado o vendo arregaçar as mangas e segurar uma perna de Marlon e a flexionar.

— Se as articulações, músculos e tendões não forem movidos regularmente, eles endurecem. _ o fisioterapeuta comentou e o dei espaço para trabalhar.

   Em um cantinho no quarto observei atentamente tudo que ele estava fazendo. Talvez eu pudesse repetir alguns desses movimentos quando o fisioterapeuta não estivesse aqui.

— Eu posso estar o exercitando também?_ perguntei e ele me olhou estoico e acenou em positiva.

— Só tome cuidado consigo mesma. Alguns movimentos exigem postura. Não tente levanta-lo!_ Ele comentou o fazendo, sentando Marlon na cama e o ajudei a ajustar a cama inclinável.

Um Gangster em Minha Vida Onde histórias criam vida. Descubra agora