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Hallie

    Senti algo pesar sobre meu ombro, e olhei de esgueira para Ares. Ele havia adormecido no caminho para casa, e sabia que estava exausto. Ajustei meu corpo para que ele não ficasse de mal jeito e olhei para seu rosto sereno.

— Poderia abaixar a musica, Garry?_ Perguntei baixo e ele acenou, o fazendo.

  A viajem até em casa foi um pouco longa, mas eu me senti mal quando tive que acordar Ares para entrarmos. Ele ergueu seus olhos de um jeito confuso e afaguei seus cabelos. Nós descemos do carro, mas Ares ainda estava em um estado intenso de sonolência.

    E quando Emma abriu a boca para nos desejar boas-vindas, levei meu dedo a boca, a indicando gentilmente por silêncio. Guiei Ares com cuidado pelas escadas, atenta se ele não iria tropeçar e  o soltei, indo a frente e abrindo a porta do quarto e afastando os lençóis para que ele apenas pudesse se deitar.

   Voltei rápido, cruzando nossos braços e o ajudei a sentar na cama. Ares apenas deixou o corpo despencar sobre o colchão e voltou a dormir. Me abaixei, tirando com cuidado seus sapatos, sempre dando uma espiadinha em seu rosto, conferindo se eu não estaria mais atrapalhando do que ajudando. Deixei seus sapatos ao lado da cama, e puxei suas pernas para cima do colchão.

   Me aproximei de seu rosto, e me curvei com cuidado, deixando um beijo em sua cabeça.

— Bom descanso, querido!_ sussurrei me afastado e fechei a porta.

   Desci para a sala, e me juntei a Emma no sofá, a vendo me olhar de um jeito diferente, parecendo um pouco receosa.

— Está tudo bem, Emma?

— Você pode... Ir comigo a um lugar?

— É claro! Para onde vamos?

— Hospital...

   Arqueio a sobrancelha e concordei. Talvez ela quisesse ver Marlon antes dele vir para casa...

Marlon

   Olhei de soslaio com raiva para aquela caixa de chocolates, e torci a cara. Quem ela pensa que é?

    Subi meus olhos para as flores, e na minha memória cansada eu vi Rita falando com um dos empregados os dando ordens de forma gentil, quando me aproximei assim que ele se afastou, e tirei de trás de meu corpo o buquê de tulipas e coloquei diante dela. Ela se virar com um sorriso brilhante assim como seus olhos.

   Minha Rita... Quanta saudade esse mundo ainda vai me fazer sentir dela?

    Torci a cara para as flores mais uma vez, e com minha mão trêmulas a bati sobre a caixa de chocolates, e agarrei com raiva, a erguendo para jogar na lata de lixo. Um impulso, mas meu braço não se moveu, enquanto a tremura não me permitia mais segurar por tanto tempo, deixando a caixa cair em meu colo.
 
   Abaixei meus olhos para os bombons, faltando três deles, e segurei a caixa em minhas mãos cansadas, e apertei as sobrancelhas. Me virei sutilmente, com dificuldade e escondi meus bombons de baixo do travesseiro antes que aquele pirralho viesse comer os outros.

— Senhor Crawford, tudo bem?_ a enfermeira entrou e deixei meu corpo repousar no travesseiro.

   Apontei para as flores, e  aquele maldito balão que ficava rodando no ar, com  meu rosto severo.

— Jogue essa porcaria fora!_ rosnei e ela olhou das flores para mim.

— Flores tão bonitas senhor...

— Jogue fora!_ ordenei e ela arqueou as sobrancelhas, as pegando e se aproximando da lata de lixo a ouvindo sussurrar " uma pena" e soltando tudo. As flores afundaram, mas aquele balão ainda ficou flutuando me fazendo esticar os lábios de desgosto. _ Estoure!

Um Gangster em Minha Vida Onde histórias criam vida. Descubra agora