~ 96~

910 114 37
                                    


    Me debati violentamente enquanto aqueles dois guardas roupas em forma de homens me arrastavam pelo corredor sabe lá para onde.

    Me tirar de Ares? Esse velho não seria louco! Se ousasse eu mesma ia o matar. E se eu acreditava que me marido ficaria bem com essa notícia? Eu queria que ele pudesse matar todos esses desgraçados.

   Um grito esganiçado escapou enquanto eu sacudia meus pés. Meus sapatos já tinham ficado para atrás há muito tempo.

    Os desgraçados me jogaram dentro de um quarto, e cambaleio pelo cômodo até poder recuperar o equilíbrio. Retirando os cabelos do rosto de forma apressada, cuspindo os fios que entraram em minha boca, me virei ágil para ver as portas serem trancadas logo atrás de mim. Avancei contra ela, sacudindo violentamente as maçanetas e fazendo a porta sacudir, deixando um barulho absurdo e angustiante. Eu estava presa, sem meu telefone, sem meios de pedir socorro, sem ajuda, sem juízo algum.

    Um novo grito escapou, alto o bastante para me fazer resfolegar quando soquei a porta repetidas vezes. As lagrimas começaram a rolar como uma avalanche dentro de mim, meu peito convulsionou e eu me deixei escorar contra aquela maldita porta.

Ares

    Meu cenho se escureceu quando abaixei o telefone com mais uma ligação não atendida, agora fora de área. Eu não gostei da sensação que se instalou em meu peito. Não gostei nenhum um pouco da angustia que se apossou de meu ser desde que ouvi o nome Maranzano.

    A porta de casa abriu no cair da noite, e Kalel caiu seus olhos em mim. Seu olhar endurecido se desfaz vagarosamente quando encontrou meu rosto preocupado. Minhas sobrancelhas apertaram ainda mais quando ele olhou para meu telefone tentando completar mais uma ligação para ela. Ele entendia melhor do que qualquer um.

— Você não deveria estar aqui. — minha voz mal saiu de minha boca, e sumiu quando Emma passou pela porta, me olhando dentro dos olhos com convicção.

— Antes que comece um sermão, quero que saiba que não sou uma porcelana! — Emma colocou as mãos na cintura, evidenciando sua barriga já bem marcada. Levaria mais quanto tempo? Três meses? De toda forma ela não deveria estar aqui.

— Você não deveria ter contado a ela! A gravidez...

— Hallie é minha amiga! E é minha concunhada! E não diga a Kalel que ele deve esconder coisas de mim... — Ela o lançou um olhar afiado, como se tivesse descoberto tudo e aquilo tivesse gerado uma faísca de magoa entre eles. Seus olhos verdes voltaram para mim — Precisamos a trazer de volta! E nós vamos trazer!

    A ligação mais uma vez não foi atendida, e levei as mãos a cabeça, desnorteado. Pela primeira vez na vida sem saber o que fazer.

— Uma coisa de cada vez. — Kalel soprou e fechei os olhos, dizendo a mim mesma que deveria mandar Maxuel ir se foder e ir atrás de Hallie.

    Kalel atravessou a sala, pegando meu rosto nas mãos e sacolejando com violência, me obrigando a abrir os olhos e o encarar. Sua sobrancelha direita saltou, evidenciando a cicatriz que ele tinha ali.

— A gente pega o Maxuel, e mata o desgraçado. Hallie é esperta, Ares. Ela vai ficar bem! — Neguei, fechando os olhos e Kalel bateu leve em meu rosto. — Olha para mim caralho! Você é o cara mais louco que conheço, e não estou dizendo isso porque é meu irmão. Você me disse que ela levava jeito, então não comece a pensar em abobrinhas agora! Estamos arriscando muito aqui, Ares. — seus olhos foram para Emma, descendo para o volume em sua barriga — Então um passo de cada vez!

     Meu olhar se escureceu, e acenei em positiva, aceitando que era melhor manter a cabeça fria.

— Ótimo! — Kalel se afastou, subindo seus olhos para o alto da escadaria, onde Megan trajava preto, olhando para nós de forma indiferente, mas convicta.

Um Gangster em Minha Vida Onde histórias criam vida. Descubra agora