Ares
— Megan, você marcou o encontro?— perguntei ríspido e apressado, e ela se remexeu no sofá me vendo parar a sua frente.
— Sim! Como você disse! O que há?
— Nós vamos fazer isso juntos.
— Achei que...
— Desde quando você sabe? — grunhi entre os dentes, e ela estagnou, me olhando de soslaio. Não me importei com os outros, olhando de mim para ela atônitos, esperando o desenrolar da conversa como abutres.
— Ares?
— Desde quando você sabe que Maxuel matou meus pais? — rosnei a olhando com ódio fervente, e o rosto de minha tia ficou branco. Sua cabeça abaixou, e agarrei suas bochechas com firmeza a obrigando a olhar em meus olhos. — Eu fiz uma pergunta!
— Eu descobri há muito tempo. — ela sussurrou, meio sem voz, quando soltei seu rosto. — Uma vez, Maxuel e eu discutimos e acabei revelando que eu sabia. Desde então, ele vem ameaçado insistentemente meus filhos. Os usando para manter minha boca fechada. Ele foi capaz de matar o próprio irmão... Faria isso comigo também. E faria isso com qualquer outro dessa família.
Respirei fundo, a encarando de cima e aceitando sua resposta. Ela parecia estar falando a verdade. E sendo real ou não, eu tinha mais coisas para me preocupar no momento. Se Megan estiver mentindo, ela não escapará.
— Então vamos dar o troco. Eu e você... — rosnei, me afastando em passos pesados.
— Sua esposa está correndo riscos, Ares. Maxuel a quer. Eu a alertei.
— Maxuel não passará de um homem morto! E Maison Hampton está morto!
O som de surpresa ecoou de todos, e parei, olhando por cima do ombro para cada um deles.
— Quem o matou? — Megan se remexeu ainda mais, me encarando séria e meio atordoada com a nova informação.
— Minha esposa. — murmurei, me afastando para fora de casa, tentando mais uma vez falar com Hallie, mas minhas chamadas não eram atendidas. Nem mesmo Kalel me atendia. O que estava me deixando louco.
Marlon
O espelho do quarto se estilhaçou quando puxei o gatilho pelo assassino. Juntei todas minhas forças enquanto lutávamos pela pistola. Sabia que viriam atrás de mim. Hamptons nunca foram espertos o bastante para entenderem sobre armadilhas. Maison muito menos. Depois de tantas tentativas contra os Crawfords, talvez estivesse tão impaciente que não conseguiria mais prever o que estava a um palmo a sua frente.
Um velho e uma garota viajando sozinhos o deixaria cego pela oportunidade.
Soltei a arma com um empurrão, alcançando minha bengala com agilidade e a acertando na cabeça do homem a minha frente. Homenzinho prepotente! Acreditou mesmo que por estar velho, o deixaria me matar em uma aceitação tola? Eu era Marlon Crawford! Fui temido um dia, e agora respeitado. E esse infeliz acha mesmo que me tornei menos com o passar dos anos?
A bengala se partiu ao meio com o impacto. Golfe sempre foi um dos meus esportes favoritos, e aquela tinha sido uma ótima tacada. O impacto o deixou zonzo, lascas voaram para todos os lados. Hallie tinha razão sobre ter uma bengala. Era muito útil. A acertei repetidas vezes na cabeça dele, sem sequer parar para ver seu rosto. Veria melhor depois que estivesse morto assim como seu amiguinho na sala.
Ele jogou mais uma vez o corpo contra mim, tentando me roubar o que sobrou da bengala. O disparo que ecoou pelo quarto me deixou zonzo, a visão escureceu enquanto a dor alucinante se espalhava rápido por meu corpo. Meus pés falharam, me fazendo cambalear quando ele me empurrou para atrás, atirando minha bengala longe.
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Um Gangster em Minha Vida
RomanceHallie ansiava mais de sua própria vida pacata. Em uma determinada noite, enquanto busca por um romance para lhe dar algum tipo de propósito, o encontro fracassado e inusitada a leva de volta para casa revoltada. Já no meio da noite, acaba se metend...