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   Deve ter se passando no mínimo meia hora sentada naquele degrau da escada. Eu não consegui ouvir absolutamente nada da conversa, e tirei a conclusão que Ares não era o tipo de homem que precisava alterar o tom de voz para ser entendido.

    Seus olhares eram bastantes expressivos, e quando ele apertava os olhos naquele claro desgosto ou afronta, era o momento que mais intrigava observa-lo. Ele não falava tudo aquilo que vinha em sua mente, mas para mim estava bem claro que ele era temperamental. Talvez ele fosse mais aberto com quem tinha mais intimidade, e falasse tudo que o vinha a mente.

    Rodei o anel em meu indicador, e soltei um suspiro pesado antes de passar uma mecha do cabelo para atrás, deixando meus dedos escorrerem pelas raízes de meus fios.

   A porta abriu me fazendo olhar por cima do ombro curiosa. Joy parou na escada, um degrau abaixo de onde estava sentada.

— Desculpa Lie...mas você tem até a noite para sair daqui.

   Estagnei, enquanto ouvia seus passos pulando degraus ecoarem pelo lance de escadas. Eu fui ... Expulsa?

   Ainda sem reação me levantei devagar, segurando o corrimão. Joy deveria estar brincando, não é? Ele não estava realmente me expulsando daqui por causa de Ares...

    Fechei a porta do apartamento devagar atrás de mim, e sorri incrédula, olhando para o chão fixadamente. Subi de forma ágil meus olhos para Ares parado diante de mim, na distância de três passos. Umideci meus lábios, o sorriso de nervoso se alargando novamente o fazendo arquear sua sobrancelha escura me olhando baixo a cima, como se tivesse me convertido em louca. Apertei a maçaneta que ainda estava segurando.

— Vá embora!_ rosnei, enquanto ria e balançava a cabeça. _ Pegue suas coisas e suma da minha frente!

— Sabe os riscos se eu apenas sair por essa porta?

   Soltei a maçaneta e soquei a porta com força enquanto olhava afiada para Ares. Meu sorriso morreu, e eu sabia que provavelmente meu rosto estaria vermelho de raiva.

— Vá embora!

— Hallie...

— VÁ EMBORA!_ gritei a todos pulmões e ele ameaçou a se aproximar, mas agarrei a faca em cima da pia com um único pulo, apontando para ele com firmeza a ponta prateada, enquanto meus passos lentos continuavam indo em sua direção. _ Eu te ajudei e tudo que ganhei foram armas apontadas para minha cabeça vindas de você, desconfiança quando eu estava tentando te ajudar..._ a cada passo ficava mais perto dele, com a faca tão firme em minhas mãos que eu facilmente a enfiaria em seu peito sem piedade.

— Hallie ..._ ele repetiu, com aquele mesmo jesto miserável de apertar sutilmente seus olhos para mim, mas sem mover um único músculo a mais.

— Sou eu que devo dizer porque deveria confiar em você, e não o contrário! Como eu posso continuar protegendo alguém dentro da minha própria casa se este é um filho da mãe, cretino, miserável.... _ rosnei balançando a faca com raiva.

    Meu pulso foi agarrado com um único golpe, tão rápido que mal pude acompanhar quando meu punho foi torcido e a faca em minha mão caiu quicando no chão.  Senti meus lábios tremendo e as lágrimas começarem a arder em meus olhos enquanto encarava Ares com raiva. Ingrato miserável!

— Se eu sair por aquela porta agora, eles vão te matar... Mas antes vão machuca-la... Muito. _ ele sussurrou rouco e desviei meus olhos para um lugar qualquer.

— Vá embora!

— Eu vou... Mas você vem comigo!

     Olhei abruptamente para seu rosto, meus olhos arregalados vendo suas feições sérias, minha incredulidade fazendo meus lábios balbuciarem palavras desconexas. Puxei meu pulso para longe de seu toque e me afastei com  alguns passos para atrás. Comecei a gargalhar nervosamente, balançando a cabeça em negativa. As roupas dele que estavam em cima da cama, agarrei com raiva e joguei contra seu peitoral ainda nu.

Um Gangster em Minha Vida Onde histórias criam vida. Descubra agora